O pesquisador Matteo Chiacci está fazendo um importante levantamento no acervo da Sociedade Cultural de João Pessoa. Era presidida por Expedito Gomes. Nesse acervo se encontram outros discos desses festivais.

O material está na FCJA, desde que a família de Expedito Gomes resolveu doar todo o acervo particular dele para a guarda e preservação nos arquivos da Fundação “Casa de José Américo”, que funciona na avenida Cabo Branco, localizada na praia de mesmo nome.

Matteo está trabalhando com as gravações ao vivo feitas durante as sessões dos festivais, realizados no palco do Teatro “Santa Roza”. Ele também está pesquisando outras gravações além desses eventos competitivos de MPB, no acervo doado à Fundação pela família de Expedito Gomes, o produtor dos festivais.

“A gravação tem essa qualidade porque é de um disco original, compacto duplo”, explica o professor universitário e também pesquisador musical Carmélio Reynaldo, que fez pessoalmente a digitalização das duas músicas disponibilizadas nesta postagem.

Nessa foto panorâmica da época, incluída na contra-capa do disco, Cátia de França está no centro do palco e, à direita, José Rui, irmão de Baby Neves. José Rui faleceu precocemente em um acidente de carro ocorrido no final dos anos 70.

“Mariana”, composta por Cátia de França e também interpretada por ela mesma, obteve o 1º lugar, na avaliação do corpo de jurados do festival.

Carlos Aranha e o grupo Os Tropicais na gravação de “Objeto de Utilidade Pública”, que é uma composição de Aranha (cantada por ele mesmo) e João Manoel de Carvalho, foi a 3ª colocada no Festival Paraibano da Música Popular Brasileira, de 1970.

CARLOS ARANHA

No ano de 1968, concorreu no II Festival Paraibano de MPB, cantando as músicas “Giramulher”, em parceria com seu irmão, o pianista Fernando Aranha e a “Canção do Ter”, escrita por José Nêumanne Pinto.

“Giramulher” foi executada junto com o grupo Os Quatro Loucos, dos integrantes Golinha, Floriano Miranda e Zé Ramalho, que trouxeram a inovação do som das guitarras elétricas para a apresentação.

O espetáculo logo conquistou a platéia, que vaiou incessantemente ao ser anunciado o resultado final de que Carlos Aranha tinha ficado com o 2º lugar.

De volta ao festival no ano seguinte, sua performance foi a mais marcante do evento.

Vestindo um bustiê roxo, uma calça de veludo verde, um colar de couro com o símbolo hippie e usando batom, o tropicalista paraibano cantou “Ivone Pelo Telefone”.

No entanto, a irreverente apresentação não foi bem recebida pelos jurados e o artista ficou na décima colocação.

Em 1970, ficou em 3º lugar no IV Festival Paraibano de MPB, onde cantou “Objeto de Utilidade Pública”.

No ano seguinte, conquistou os prêmios de Melhor Letra, com a composição “Caminheiro”, feita em parceria com Gilvan de Brito e Melhor Intérprete, com a canção “Por Qualquer Cem Mil Réis”, escrita juntamente com Cleodato Porto, no Festival Campinense da Canção.

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