Patricia Worthy Oyeshiku. Este é o nome atualmente usado por ela.

Já usou o sobrenome Dolores ou Delores, sessenta anos atrás.

Viveu em Sapé de 1964 a 1966. Trabalhou como professora do antigo Colégio Ginasial.

Foi a primeira mulher a andar de bicicleta na cidade, causando um certo espanto nas pessoas que só viam as mulheres da época sentadas de vestido nos bagageiros das antigas Bristol, Monark e Caloi (tamanho adulto).

E de lado, ou seja: de “bandinha”, com as pernas juntas à direita ou à esquerda do condutor da bicicleta.

Patricia (Dolores ou Delores) também “revolucionou” o estilo de vida da até então pacata cidadezinha do interior, acostumada às regras sociais rígidas de comportamento existentes na época, sobretudo na zona rural.

Ela foi a primeira mulher a vestir calças jeans e a usar peruca de cabelos lisos em Sapé, na década de 1960.

Esse gesto feminista passaria a ser copiado pela sociedade da zona urbana, na década seguinte, de 1970 em diante.

Seu colega de trabalho em Sapé, pós-Ligas Camponesas, se chamava Lee e faleceu há cerca de oito anos, vítima de problemas de saúde na cabeça, provavelmente um câncer no cérebro.

Lee era um homem branco, também norte-americano, cujo nome completo é desconhecido até hoje e trabalhava no Hospital Regional “Dr. Sá Andrade”.

Morava junto com Patricia Dolores, num alojamento improvisado nas casinhas com telhado de barro que ficavam ao lado da capela católica da referida casa de saúde.

Depois de ir embora de Sapé, ela trabalhou na empresa Peace Corps e na San Diego Unified School District “Samuel F.B. Morse High School”, também como professora de ensino no nível médio (antigo curso Científico, que preparava os alunos da época antes de fazer Vestibular para ingressar em alguma Universidade).

Atualmente mora em San Diego, na Califórnia, embora tenha nascido em Miami, na Flórida.

Em nosso trabalho de pesquisa sobre a vida dela, encontramos uma fotografia original em P&B do seu Baile de Formatura, quando ela tinha 15 anos.

“Meus amigos têm esta foto, junto com muitas outras fotos em preto e branco, em sua parede na Nickelodeon, sua loja de discos na Adams Avenue. Eu tinha esquecido disso até encontrá-los para um café. Tirei uma foto disso. Todos nós já fomos jovens, algum dia. 😊😊❤️❤️ #blackhistory BTW HS, Miami, 1960″, relembra Patricia Dolores.

Casou-se depois que voltou do Brasil para os Estados Unidos, em 1968 (exatamente 54 anos atrás).

Quando esteve em Sapé, Patricia Dolores fazia trabalho voluntário para ajudar a desenvolver a educação de uma cidade considerada muito problemática pelos governos da época, por ter sido palco de sangrentos conflitos em tão pouco tempo atrás, durante o período de maior atividade das Ligas Camponesas.

Os Voluntários do “Corpo da Paz” servem em mais de 60 países. Eles formam uma ONG (Organização Não-Governamental).

Hoje, eles não atuam mais no Brasil, mas em países vizinhos da América do Sul, como: Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai e Peru. Nosso país saiu do radar deles.

Patricia Dolores e seu marido, por exemplo, voltaram a fazer trabalho voluntário no Marrocos, país situado no deserto do Saara, no norte da África Ocidental, às margens do mar Mediterrâneo.

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