Terminada a solenidade de posse dos primeiros 15 fundadores da ASLAC (Academia Sapeense de Letras, Artes e Cultura) “Poeta Augusto dos Anjos”, ocorrida na noite de quarta-feira da semana passada (dia 21), na cidade de Sapé, fomos procurados pela professora Dona Maria Helena, mãe de Aparecida Melo, Patronesse da Cadeira de nº 12 da referida instituição.

No melhor estilo Tim Maia, consagrado em uma de sua canções, cujos versos dizem “(…) Aquele adeus que eu não pude dar…”, Dona Maria Helena nos revelou que não conseguiu recitar uma poesia feita pra filha dela, por falta de tempo, devido ao curto espaço reservado para as palavras de cada um dos empossados, na ocasião.

Sem obter a necessária permissão do Cerimonial e nem da Diretoria da ASLAC para declamar seus versos de puro sangue, emoção e vida, Dona Maria Helena nos cedeu – com exclusividade – para publicarmos no Blog do GM, a tal poesia, de mãe para filha (já falecida):

APARECIDA MELO ERA ASSIM

Moldura, onde a bondade morava,
Amorosamente a todos ela abraçava,
Restrição? Ela não conhecia,
Imensurável em tudo que fazia,
Ágata que a vida coloria.

Aglomerar era uma de suas qualidades,
Procurando sempre que podia
A junção: paz e harmonia,
Romantizar era uma tendência sua…
Esperançosa acreditava no “SER”,
Cautelosa, não aprender a ser,
Inspiração nunca lhe faltava,
Decidida em tudo que queria,
Acreditava que tudo podia.

Das Letras falava com autoridade,
Expressava através delas, amor e saudade.

Maria Aparecida de Melo,
Era dona de um espírito belo e nobre,
Lhe sobrava na alma humildade,
Oh! Como sinto dela saudade!

Brava ela era às vezes, porém
Outras vezes, era dócil como ninguém!
Recitava a vida em poesia,
Gentil e nobre, que agradável companhia!
Expansiva, ela era só alegria!

Ousada, na vida se lançava,
Só a falsidade, era o que lhe entristecia.

Decidida, ela passava da teoria à ação
Educadora de alto escalão.

Ousada, na vida se lançava,
“Livre e presa” às vezes se sentia.
Incansavelmente Amor buscava,
Vivia com intensidade cada dia:
Ela era autêntica! Vivia o que sentia.
Intelecção pra ela, era o caminho à fama
Repugnância pela hipocrisia sentia.
Amor para ela era da vida a chama.

  • Em: 11/07/2011
  • Autora: Maria Helena de Melo Oliveira
  • Graduada em Licenciatura Plena em Letras pela UEPB (Campus III de Guarabira) e com curso de Pós-Graduação em Inglês pela UFPB (Departamento de Línguas Estrangeiras Modernas)

ESTE FOI MEU ÚLTIMO ADEUS A APARECIDA MELO, NA REINAUGURAÇÃO DA BIBLIOTECA MUNICIPAL DE SAPÉ, NO DIA 1º DE DEZEMBRO DE 2009:

 

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