A Respeito da Data da Páscoa e do 1º Concílio Ecumênico

Pelo Arcebispo PETER de Nova York e Nova Jersey, nos Estados Unidos

Traduzido pelo Sr. Dom Ambrósio, Bispo Ortodoxo do Recife-PE

  • Do capítulo, “O Concílio de Nicéia”, em A Igreja dos Antigos Concílios:

O Trabalho Disciplinar dos Primeiros Quatro Concílios Ecumênicos.

(Crestwood, NY: Imprensa do Seminário de São Vladimir, 1996) pp.19-26.

  • FONTE: Padre Emiliano Camilo, sacerdote responsável pela Paróquia dos “Santos Apóstolos Pedro e Paulo”, em Guarabira, aqui na Paraíba.

  • Pano de Fundo da Questão Pascal

No começo do século IV, os Judeus modificaram novamente seu método de cálculo da Páscoa, de forma que todas as possíveis datas da festa caíssem em um dia do mês de março.

Esta mudança dava grande importância ao cálculo que possibilitava ser a Páscoa antes do equinócio.

A Carta Circular do Imperador Constantino às Igrejas sobre o Concílio de Nicéia, obviamente, tocou na questão pascal e indicou a solução a que chegaram:

“A Páscoa Cristã deve ser celebrada no mesmo dia por todos; e para o cálculo da data, nenhuma referência deve ser feita aos Judeus. Isto poderia ser humilhante e, além disso, é possível para eles ter duas Páscoas num só ano. [Nós temos visto o que esta asserção significa]. Conseqüentemente, as igrejas devem conformar-se com a prática seguida por Roma, África, Itália, Egito, Espanha, Gália, Grã-Bretanha, Líbia, Grécia, Ásia, Helesponto e Cilícia”.

Nós podemos, portanto, reconstruir os elementos da decisão do primeiro Concílio Ecumênico a respeito da Páscoa da seguinte maneira:

(1) Esta festa deve ser celebrada no mesmo domingo por todas as igrejas.

(2) Deve ser levada em conta a lua cheia que segue o equinócio de primavera.

(3) Conseqüentemente, as igrejas orientais que seguiam os Judeus no cálculo da data devem abandonar este uso.

Contudo, (…) uma detalhada e exaustiva ordenação de todos os aspectos técnicos da computação da Páscoa (inclusive os problemas nascidos pela inexatidão do calendário Juliano) não era da competência do Concílio.

  • No reinado de Carlos Magno, ele foi imposto para a totalidade da Cristandade Latina.
  • Desde então, houve completa concordância sobre a data da Páscoa entre o Ocidente Latino e o Oriente Bizantino.
  • Esta situação foi mantida até 1582, quando a Igreja Católica Romana introduziu o calendário Gregoriano.

A recusa em celebrar a Páscoa “com os Judeus” significa que, nos antigos textos canônicos, nós não celebrávamos esta festa baseando sua data no método de cálculo dos Judeus.

Mas, ao contrário do que se acreditou mais tarde, esta recusa de nenhuma forma visava evitar uma acidental celebração da Páscoa Cristã e da Páscoa dos Judeus juntas.

Isto é claramente mostrado pelo fato de que durante os quatro séculos depois de Nicéia, a Páscoa Cristã e a Páscoa dos Judeus coincidiram muitas vezes.

Na Idade Média, quando tornou-se impossível celebrar a Páscoa Judia e a Páscoa Cristã juntas por causa do atraso de tempo no calendário Juliano, a idéia de que a concelebração das festas tinha sido proibida pela lei da igreja foi aceita generalizadamente.

  • Tal foi o caso em 387, quando a Páscoa Cristã caiu em 25 de abril, enquanto que a festa Judia já tinha sido celebrada em 20 de março daquele ano.
  • NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM – A Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia (em polonês/polaco: Polski Autokefaliczny Kościół Prawosławny), comumente conhecida como Igreja Ortodoxa Polonesa, é uma das Igrejas autocéfalas ortodoxas em Plena comunhão com o Patriarcado Ecumênico de Constantinopla (Capital do antigo Império Bizantino ou Romano do Oriente, tomada pelos turcos otomanos em 1453).

A Igreja foi fundada em 1924, para reunir os cristãos ortodoxos de origem polonesa, ucraniana e bielorrussa na parte oriental do país, quando a Polônia reconquistou a independência, depois da Primeira Guerra Mundial.

Tradicionalmente, seu primaz tem o título de Metropolita de Varsóvia.

   

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