No dia 18 de setembro de 1960, um grupo de pessoas subiu o Pico do Yayú, no município de Santa Luzia-PB (260 km a oeste da capital João Pessoa).

Eram 18 homens e uma mulher, a enfermeira Carmita Ferreira.

Lá, colocaram um cruzeiro e lavraram uma ata registrando a façanha.

  • Desde o ano passado, esse feito é comemorado por iniciativa da equipe Yayú Aventura, que organiza excursões na região sob a coordenação do português Manuel Marinho Boaventura.

Este ano, a II Excursão Carmita Ferreira aconteceu no último domingo (dia 24), reunindo mais de 20 pessoas, entre as quais um filho e uma neta da homenageada, além de alguns sobrinhos.

Mas o grupo não era integrado apenas por familiares.

Havia os habituais integrantes das ações da equipe, gente de cidades da região e moradores de Santa Luzia que aproveitaram a oportunidade para escalar a montanha, que se destaca na região pela beleza e a forma como se impõe na paisagem.

  • Ainda fez parte da programação a abertura dessa exposição, na véspera.

A Yayú Aventura dá a seus passeios a classificação “com emoção” e “sem emoção”.

Ano passado, a excursão foi na modalidade “sem emoção”, subindo pela encosta norte.

Este ano, foi pela encosta sul, portanto, “com emoção”.

Começa com uma caminhada de cerca de uma hora no meio da caatinga até o ponto de subida.

  • Ali, o grupo se depara com um longo lajedo com uma inclinação de cerca 50 graus e quase 200 metros de altura.

Parte desse percurso é feito com ajuda de cordas.

Vencida essa etapa, a subida continua na forma de caminhada, ora através da vegetação, ora sobre lajedos.

A inclinação, na maior parte do percurso, é de menos de 30 graus, porém, por ser um trecho longo, exige muito das pernas e do fôlego do excursionista.

  • A trilha é toda sinalizada pela Yayú Aventura, que usa um sistema de fitas coloridas presas em pontos balizadores.

Quando o excursionista chega em um desses pontos, basta olhar em volta, identificar a fita mais próxima e ir até ela.

Chegando no topo, a pessoa se depara com uma formação rochosa que parece ter sido planejada para permitir o descanso do visitante, enquanto contempla a paisagem em volta.

  • Lá de cima é possível ver as cidades de Santa Luzia e São Mamede, além da exuberante cadeia das serras que compõem a parte alta do Vale do Quipauá e rio Sabugi.

O retorno foi pela encosta norte, menos inclinada, mas com alguns trechos difíceis devido a acúmulo de areia, lodo ressecado e uma espécie de capim muito escorregadio.

Tudo isso ornado por touceiras de macambira, uma espécie de planta dotada de espinhos em forma de garra.

Vencida esta última etapa, mais uma caminhada com rota sinalizada no meio da caatinga e logo se pode ouvir o grupo de forró comandado pelo jovem sanfoneiro Márcio, que recebia os excursionistas com o autêntico e literalmente forró pé-de-serra.

A aventura terminou com uma feijoada, todo mundo cansado, porém feliz.

  • NOTA DO REDATOR DO BLOG DO GM – Este relato maravilhoso e super detalhista é de autoria do professor universitário Carmélio Reynaldo.

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