Durante os anos 1970 e 1980, a jornalista e tradutora carioca Rosa Freire d’Aguiar trabalhou como correspondente em Paris — tudo o que dizia respeito à cultura e à política internacional virava notícia, o que era logo despachado por telex para o Brasil, assim como as longas entrevistas que marcaram a era de ouro das revistas.

  • Tudo isso está em “Sempre Paris — crônica de uma cidade” (Companhia das Letras), que será lançado nesta próxima quinta-feira (dia 09), às 18h30, no Auditório Celso Furtado da Academia Paraibana de Letras, localizado à Rua Duque de Caxias, no centro da Capital paraibana.

  • Os respectivos Presidentes da APL, Ramalho Leite e do IHGP (Instituto Histórico e Geográfico Paraibano), Jean Patrício, também aproveitam para convidar em nome das duas instituições, para a solenidade de doação do “Fardão Oficial da Academia Brasileira de Letras”, que pertenceu ao escritor e economista paraibano, nascido em Pombal, responsável pelos estudos que deram origem à criação, em 1959, da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), com sede no Recife-PE, Celso Furtado.

São 21 entrevistas, com políticos, escritores e artistas, muitos deles figuras centrais das décadas de 1960, 1970 e 1980, como Alain Finkielkraut, Alberto Cavalcanti, Ernesto Sabato, Eugène Ionesco, Georges Simenon, Norma Bengell, Peter Brook, Raymond Aron, Roland Barthes, Simone Veil e assim vai, seguindo por esse caminho.

Nas cem primeiras páginas das crônicas de Rosa é que você se transporta a Paris, com toda a sua vida cultural de uma época fervilhante e seus personagens.

Foi no exílio, na França, que Rosa conheceu o economista Celso Furtado (1920-2004), com quem foi casada por mais de 20 anos.

  • “Foi numa feijoada na minha casa, nas redondezas de Paris, que Celso conheceu a Rosa. Rimos muito ao relembrar esse momento. Eu tinha apenas 16 anos e amava essas feijoadas porque elas nos aproximavam do Brasil. A minha mãe, Thereza, colocava músicas brasileiras para tocar na vitrola: todos se emocionavam. E assim fomos superando a dor do exílio. E assim começou a história de amor entre Rosa e Celso, isso em 1979”, conta o fotógrafo Fernando Rabelo.

Noite de longa fila de autógrafos e de memórias revividas para a autora e seus contemporâneos, também admiradores da obra de Celso Furtado, é o que se espera deste grande evento histórico e literário, aqui em João Pessoa.

  • NOTA DO REDATOR – Nesta postagem estão inseridas várias fotografias resgatadas do acervo pessoal do BlogdoGM, registrando a presença da comitiva paraibana comandada pelo então Governador José Maranhão, na cerimônia de posse de Celso Furtado, realizada na sede da ABL, no Rio de Janeiro, em 31 de outubro de 1997.

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