Arthur Roberto Coêlho De Souza. Filho de Antônio Roberto de Souza Coêlho e de Cândida Maria das Neves, nasceu em novembro de 1889, no Engenho Melancias, do município de Pedras de Fogo, Paraíba, e hoje pertencente ao município de Sapé.

Foi batizado pelo Vigário Floriano de Queiroz Coutinho, na paróquia de Nossa Senhora Rainha dos Anjos, de São Miguel de Taipú, aos 02/06/1890, com 7 meses de nascido.

Foi apadrinhado por Olívio Marcilio Dias Tavares e o batizado foi realizado em uma capela de São Sebastião do engenho Melancias ou na de São João Batista da povoação de Sobrado, hoje município e terra do nascimento autor de referência desta pesquisa Adauto Ramos.

A mãe de Arthur era conhecida por Dona Candinha Crente, isto por que mudou de religião e rebatizou o filho e também uma filha.

Em certa ocasião dirigiu-se ao poeta Guimarães Barreto, Artur dizia: “Morei no Sapé criei-me em João Pessoa, (nesta época a capital chamava-se Parahyba) e Itabaiana, com uma ida de dois anos a São Paulo e uma viagem ao Amazonas de um ano, quando tinha 13 anos”.

Na capital paraibana foi aluno da professora Alexandrina Nacre, avó do escritor Osias Nacre. No ano de 1916 estava de volta ao Amazonas, de onde enviou sonetos que foram publicados em “O Jornal”, de Itabaiana.

Poeta, contista, memorialista, crítico cinematográfico e jornalista, Artur Coelho foi criado em Itabaiana e João Pessoa. Exemplo consagrado do jornalista/escritor do século XIX, viaja e mora em vários locais do Brasil – São Paulo, Manaus, Belém – até migrar para os EUA, onde morre em Nova Jersey (março de 1973).

Logo cedo o escritor se dedica ao estudo de tipografia, com tão alta dedicação, que logo é chamado para ser editor do jornal “O Município”.

Quando residiu na capital paraibana tornou-se aprendiz de tipógrafo e, em 1908, foi convidado pelo juiz de Itabaiana, Dr. Heráclito Cavalcanti Carneiro Monteiro, para ser editor do jornal “O Município”.

Exercendo ao mesmo tempo a função de redator, impressor e tipógrafo, Arthur Coêlho influenciou a imprensa daquele município. O primeiro número deste jornal circulou na data de 24/05/1908, e o último no ano de 1915, ano em que Artur Coêlho foi pela segunda vez ao Amazonas.

Em Manaus e Belém do Pará teve uma vivência de aprendizado e decidiu ir para os Estados Unidos da América. Não sabemos a data precisa deste escritor sapeense ter ido aos EUA, nem também o que foi “fazer na América”.

Em terras distantes teve seus contratempos e dificuldades, mas, terminou sendo contratado pela Paramount Pictures, onde permaneceu por 30 anos, como assessor cultural, censor de scripts e tradutor das legendas dos filmes produzidos.

Mas é nos EUA que consolidará a carreira de jornalista e crítico de cinema. Primeiro mora em Nova York onde exerce toda a série de atividades durante um bom tempo, até que tem acesso ao meio jornalístico onde se revela como crítico cinematográfico.

Mais tarde irá integrar os quadros da Paramount Pictures como tradutor de legendas e assessor cultural onde permanece por mais de 30 anos.

Casou-se com Katharine Rodger, moça de excelente nível cultural, grande colaboradora do marido. Uma vez viúva, ela voltou, por recomendações do marido, à música, piano, canto e regência de coros na igreja Unitária de New York.

Sobre o esposo ela afirmou: “Era, realmente, um príncipe. Fui a mulher mais feliz do mundo em havê-lo tido como esposo”. Não tiveram filhos.

Arthur tinha por hobby a correspondência; mantinha contato com inúmeros intelectuais do Brasil. Sua casa era tida como “a embaixada não oficial do Brasil”, onde ele recebia os escritores brasileiros.

Sua casa em Nova Jersey se transformou em embaixada cultural do Brasil, ao receber os intelectuais Monteiro Lobato, José Lins do Rego, Érico Veríssimo e Assis Chateubriand.

Juntou toda essa correspondência em 10 volumes, ao que intitulou “Meu Epistolário”. Cobrindo os períodos de 1929-1930; 1937-1940; 1941-1943; 1944-1955; 1953-1954; 1955-1956; 1957-1958; 1959-1961; 1962-1966; 1967-1971. “New York, sea” (Nova Iorque, mar) é o último volume de 1973. Autor também de “Versos” (1978).

Fontes:
Fernandes, Aparício – Trovadores do Brasil – Rio de Janeiro: Minerva, 1970
Ramos, Adauto – Arthur Coêlho, Um paraibano na América – João Pessoa: Sal da Terra Editora, 2009
Maia, Sabiniano – Itabaiana, sua história, sua memória – João Pessoa: A União Editora, 1977

Pesquisa: Ana Maria Almeida Rodrigues

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