O ano era 1997. Essa conta é fácil de fazer.

Estamos em 2022. E, sendo assim, se passaram 25 anos.

(***)

Ainda não havia racha político interno partidário do PMDB.

E talvez nunca tivesse havido, se àquela altura, já não tivessem falecido os Senadores Humberto Lucena e Antônio Mariz.

Longe do Clube Campestre, tudo era só alegria. Sorrisos de todas as partes.

Ronaldo sorria pra lá, Maranhão sorria pra cá e Ivandro dava altas gargalhadas. Sonoras e felizes.

Foi a fase da “Chapa da Granja”. Formada por puro sangue peemedebista.

Maranhão, governador de novo e Dr. Ivandro, como vice dele.

(***)

Eu conhecia o irmão de Ronaldo, tio de Cássio, Ronaldinho, Savigny e Glauce, de muito antes. Corriam os anos 1970.

Meu pai sempre recebia a encomenda de um livro contando os discursos e relatando os projetos apresentados por ele em Brasília-DF, quando assumiu a vaga de Senador da República, na condição de 1º suplente, substituindo Rui Carneiro.

Vinham pelos carteiros dos Correios e Telégrafos, a nossa Internet daquela época.

A Caixa Postal dos Meireles, na agência local da EBCT, era a minha janela aberta para o Mundo.

Guardei dois, na minha biblioteca particular, mantida cuidadosamente organizada com muito zelo numa prateleira reservada no escritório do meu pai, que funcionava na sala-da-frente ao lado do terraço em formato de “L”, na residência da família, em Sapé.

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Praça João Pessoa, nº 31. Vivi lá até meus 30 anos de idade, quando me mudei de vez pra João Pessoa, onde hoje moro, trabalho, fiz carreira no jornalismo, passeei pelo Governo, emissoras de rádio, TV, revistas, portais, blogs, jornais…

Cantei e toquei em festivais universitários de música. Frequentei muitos palcos de teatro.

Fiz poesia. Brinquei Carnaval. Vesti fantasias no Baile dos Artistas.

Assisti aulas na UFPB, Unipê, Sesc e Senac.

Fui professor do antigo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização) e também do projeto “Zé Peão” nos prédios em construção, ensinando o bê-a-bá noturno para alunos adultos, na faixa dos 60, 70, 80 anos de vida, longa vida…

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Mas nunca esqueci dos dois livros de Ivandro. Um laranja (O Segundo Ano) e outro azul (O Quarto Ano), editados respectivamente em 1980 e 1982.

De lá pra cá, se passaram 40 anos. “De sonhos, de sangue e de América do Sul”, como cantava Belchior, meu doce amigo.

Dr. Ivandro deve estar dando hoje novas e boas gargalhadas, lá no Céu.

O dia todo. Em todos os dias. Pra séculos sem fim, Amém.

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E nós – eu e você, você e eu – ainda aqui na Terra.

Tenha muita calma nessa hora. “Sossego!!!”, gritava o síndico Tim Maia.

Estamos já de “passagem comprada”, apenas aguardando a nossa vez de embarcar para o Horizonte Infinito, como dizia Luismar Rezende.

Só não sabemos qual é o número da ficha que pegamos, assim que nascemos.

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Martinho Moreira Franco foi quem me ensinou isso.

E eu aprendi direitinho, com ele. Meu Mestre-Amigo-Irmão “Kid Moringueira”.

Enquanto isso não acontece, escrevo sobre o Ivandro que eu conheci, convivi e guardei pra sempre em minha Memória Eterna.

E os dois livrinhos, é claro. Um laranja e outro azul.

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