Em matéria publicada em 21 de outubro de 2022 sob o título “Tarcísio e o sonho dos policiais jagunços” (https://piaui.folha.uol.com.br/eleicoes-2022/tarcisio-e-o-sonho-dos-policiais-jaguncos), a autora do texto faz a associação de uma possível retirada das câmeras corporais “BodyCam” atualmente em uso na Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP) e a letalidade naquela corporação paulista, vinculando o seu teor fortemente a uma política do atual Presidente do Brasil e o seu apoiado, no caso em tela, o candidato a Governador concorrendo no 2º turno das eleições no próximo dia 30 de outubro.
Na Paraíba, que tem uma gestão de perfil desarmamentista, popular, social democrático e de incentivo inclusive financeiro para a redução de mortes por homicídios, suas forças policiais estaduais têm apresentado números que vão na contramão da mortalidade da população em geral, ou seja, ao passo que a mortalidade violenta cai constantemente ano a ano desde 2012, a letalidade vai no sentido totalmente contrário: aumenta de forma exponencial no mesmo período.
Será que é chegado o momento dos gestores da segurança pública paraibana pensarem na adoção das câmeras corporais para “frear” os “jagunços policiais” para usar os termos da articulista da matéria retromencionada nos seus impulsos letais?
Toda morte provocada pela polícia passa pelo crivo do Ministério Público e Judiciário.
Estariam essas instituições paraibanas reconhecendo a legalidade, legitimidade, ética e proporcionalidade nas ações policiais que resultaram em mortes de civis a partir de 2012?
A história e as decisões dos juízes colocarão os “pingos nos Is” dessa reflexão.
O fato é que uma gestão com perfil humanizador, pacificador e incentivador de uma maior proximidade amistosa entre polícia-população não conseguiu estancar o aumento da letalidade policial na última década.
Faltou “combinar” com os criminosos para largarem suas armas quando da chegada da polícia? O tempo dirá!
AUTORIA:
Onivan Elias de Oliveira – Coronel da Polícia Militar do Estado da Paraíba
