Uma comissão com 30 forrozeiros de todo o Brasil – entre eles e elas três pessoas da Paraíba – será recebida pela ministra da Cultura Margareth Menezes na tarde desta quarta-feira (dia 29), em Brasília-DF.

O tema em pauta durante a audiência ministerial é o forró patrimônio imaterial e a construção das salvaguardas dessa expressão cultural regional.

  • Será entregue à ministra o documento “Diagnóstico do Forró nos últimos anos”, que posteriormente será divulgado.

Da Paraíba, estarão em Brasília a presidente do Fórum Nacional do Forró de Raiz, Joana Alves, o gerente de Música da Secretaria de Estado da Cultura, o músico Bira Delgado e o representante do Fórum de Forró de Raiz em Campina Grande, Alfranque Amaral – que já está na estrada, seguindo de carro para a audiência, e recolhendo pelo caminho outros integrantes da comissão que estará em Brasília.

No texto, assinado pelo Fórum Nacional do Forró de Raiz, há uma breve linha do tempo sobre a descaracterização do forró tradicional, um processo que ocorre há 50 anos, que já era registrado em música pelo “Rei do Baião” Luiz Gonzaga e que se agravou após sua morte.

Os forrozeiros tradicionais também reforçam a denúncia das chamadas “rachadinhas” que ocorrem na contratação dos artistas para festas juninas mantidas com recursos públicos.

O texto faz coro com as denúncias levadas ao Ministério Público sobre uma prática que parece ter se disseminado pelo país, que envolve gestores públicos, artistas e empresários: os altos cachês pagos a determinadas atrações são divididos entre as três partes.

  • No caso dos gestores públicos, que são os prefeitos, o dinheiro recebido na operação ilegal vai parar em caixa dois.

O documento a ser entregue à ministra Margareth Menezes reúne uma série de propostas, desde a que pretende pôr um fim na prática da rachadinha, até a reformulação das leis de contratação de artistas, estruturação da produção cultural, divulgação do forró de raiz e questões de direito autoral.

  • Outra proposta considerada fundamental pelo Fórum é a criação de Centros de Referência do Forró nos Estados.

Tais centros são prioritários no plano de salvaguarda que foi entregue ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Ao todo, a comissão que vai ao Minc entregará um documento com 25 propostas envolvendo a valorização, proteção e divulgação midiática do forró tradicional, além de colocá-lo na pauta das discussões culturais em várias instâncias.

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