• ACOMPANHE ABAIXO O TEXTO BASTANTE REFLEXIVO DO PROFESSOR REINALDO SIMÕES:
  • Amigo Giovanni,

Em leitura a sua matéria sobre o comportamento agressivo e criminoso vivenciado nas escolas, lembro que é algo que há tempos se observa, na verdade se arrasta ao longo das décadas, no Brasil e em muitos outros países do nosso sofrido Planeta.

Vários fatores incidem sobre a motivação que leva um jovem ao ataque de parques, boates, ambientes coletivos, principalmente escolas.

Assunto difícil de conceber, requer diversos entendimentos sobre a vida do homem em sociedade, dos exórdios à contemporaneidade.

  • Em se tratando de escolas, nada é diferente.

Há um breviário de situações diversificadas que nos deixam titubeantes em poder afirmar categoricamente suas premissas.

Há um mês celebrei meu “jubileu de ouro” na missão educacional e por cinco décadas percorri escolas privadas de grande reputação em nossa Capital e também em instituições públicas estaduais.

Vi muito acontecer em termos de violências, agressões, ataques, invasões e até sequestro de coordenador, no caso, fui a própria vítima, além de ter sido abordado algumas vezes por pais desesperados com situações particulares, mas que chegavam armados à escola do filho para se ater com autoridades da escola, com arma em punho…

  • Foram “muitas emoções”, caro jornalista e amigo Giovanni.

É necessário recuperar a história do movimento estudantil, a participação na luta contra o regime militar, com atitudes agressivas iniciadas nos interiores das escolas em que estudantes organizados tiveram um papel político de luta fundamental contra a ditadura militar.

Foram às ruas protestar, participar de passeatas, integraram movimentos de luta armada, distribuíram panfletos, lutaram, enfim, contra o sistema repressivo vigente naquele momento, mas com fundamentos em represas e coibições lá praticadas.

A dificuldade que as escolas encontram em lidar com a aprendizagem de forma democrática, a intolerância à diversidade e a falta de referências mais expressivas são também decorrentes da formação repressiva, adicionando-se o caos vivido por uma sociedade injusta, desigual, destratada e sem grandes esperanças.

Crianças que vivenciam invertidos valores, assistem cenas de desequilíbrio dos pais, chegam às escolas já com conceitos errôneos absorvidos do ambiente doméstico e nelas são atiradas para que a educação acadêmica seja substituída pela formação que na verdade deveria ser apanágio dos pais.

O Estado muito tem a ver com todo esse caos que permeia nossas escolas, quando não investe em formação continuada de profissionais e técnicos educacionais, bom preparo da segurança pública, quando não devota ações preventivas em nível de combate ao crescente afluxo de barbaridades que assolam nosso temeroso cotidiano.

Nossa pequena parte, temos tentado realizar, diante de uma situação complexa e no tempo presente, bastante dificultosa.

Parabéns ao insigne amigo, pela dedicação permanente em sua missão jornalística.

Obrigado por sua consideração e apreço.

  • AUTOR – Reinaldo Simões – Psicólogo e educador

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