Com manifestação pessoal de profundo respeito e sincero pesar, registro o falecimento de Jair César de Miranda Coelho, com 71 anos de idade, ocorrido no último dia 23 de outubro, no Hospital General Edson Ramalho (atualmente rebatizado de Hospital do Servidor Estadual, administrado pela PB-Saúde), onde estava internado, se submetendo a procedimentos médicos.
- Escritor, mergulhador, dentista, ex-tenente do Exército, Jair Miranda fez o lançamento do livro “Na Paraíba, um Castelo para Adolf”, em 2016.
- Essa segunda obra do pesquisador fala sobre a Família Lundgren (dona do castelo situado no município de Rio Tinto) e a relação deste clã sueco com Hitler.
O primeiro livro de Jair Miranda foi publicado em 1991: “Naufrágios no Litoral da Parahyba”.
A lista elaborada por ele compreende naufrágios ocorridos em águas paraibanas não encontrados ou recuperados.
- O livro “Naufrágios no Litoral da Parahyba”, escrito em 1991, de autoria Jair César Miranda Coelho, foi que catalogou estes naufrágios, depois de 20 anos de pesquisa e mergulhos no mar.
Mérito para o autor e para o livro, registrado na Biblioteca Nacional e também indexado na Wikipedia.
Na lista feita por Jair, durante seus mergulhos com cilindro de oxigênio e ar-comprimido, nas águas do litoral paraibano, existem os 41 seguintes registros:
- 18 EMBARCAÇÕES AFUNDADAS (SEM NENHUM NOME DE IDENTIFICAÇÃO, NEM DE NACIONALIDADE E DE DIVERSOS TIPOS DE CONSTRUÇÃO)
- 23 EMBARCAÇÕES CATALOGADAS (CONTENDO SEUS NOMES DE BATISMO, ANO DE NAUFRÁGIO, BANDEIRA DO PAÍS PELO QUAL NAVEGAVA EM ÁGUAS PARAIBANAS E LOCAL DE REPOUSO DOS RESTOS DA CARCAÇA DO NAVIO)
- 09 BANDEIRAS DOS NAUFRÁGIOS IDENTIFICADOS:
- FRANÇA – 06
- BRASIL – 05
- ESTADOS UNIDOS – 03
- INGLATERRA – 02
- ITÁLIA – 02
- PORTUGAL – 02
- HOLANDA – 01
- JAPÃO – 01
- NOTA DO REDATOR – Especula-se que a maioria dessas 18 embarcações afundadas sem identificação seja formada por naus, caravelas, fragatas e galeões espanhóis, provavelmente naufragados em sua maior extensão na “Batalha do Capo Blanco”, travada durante cinco dias e noites em frente ao atual Farol do Cabo Branco, em três datas diferentes, todas em janeiro de 1640.
Os portugueses e espanhóis da chamada União Ibérica vieram da Europa, naquela época do Brasil colonial, com uma armada de oitenta e sete velas e duas mil e quatrocentas peças de artilharia (canhões antigos acionados à pólvora, que disparavam balas em formato de bolas de ferro, carregadas pela boca da arma medieval, tipo espingarda-de-soca até hoje usadas por caçadores de animais silvestres, principalmente pequenos pássaros, nos sertões nordestinos).
- A esquadra luso-espanhola era composta por 87 velas, pequenas e grandes, com 12 mil soldados e 4 mil marinheiros, além de 2.400 canhões e canhoneiras de proa, comandada pelo Almirante Dom Fernando Mascarenhas, Conde da Torre.
As embarcações tinham uma grande desvantagem frente aos barcos dos batavos holandeses, porque eram pesados e lentos navios luso-espanhóis.
- As forças navais batavas constituíram uma forte armada com 66 embarcações para enfrentamento dos ibéricos.
Os holandeses, para compensar a inferioridade numérica da sua armada em relação a do Almirante português Conde da Torre, se limitaram ao uso da artilharia, sem que fossem feitas abordagem de embarcações, que era a forma predominante dos combates navais da época, de modo a tirar toda a vantagem possível da superioridade dos seus navios em rapidez e facilidade de manobra.
- Em cinco dias do mês de janeiro de 1640, mais de 150 embarcações, de ambos os lados, se envolveram em acirradas batalhas, duas delas ocorridas no litoral da Paraíba e uma em Itamaracá, no que se considera como a maior guerra naval acontecida, até hoje, na costa do Brasil, segundo o relatório enviado ao Príncipe de Orange, governante dos Países Baixos, escrito pelo próprio Conde neerlandês Maurício de Nassau.
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Adalzira Cavalcanti
Muito obrigada pela homenagem. Que texto mais lindo!