Com respeito e pesar, continuo nesta postagem, meu tributo (a título de homenagem póstuma) como registro histórico do falecimento do meu amigo-irmão Jair César de Miranda Coelho, aos 71 anos de idade, ocorrido no último dia 23 de outubro, no Hospital General Edson Ramalho.
O primeiro livro de Jair Miranda foi publicado em 1991: “Naufrágios no Litoral da Parahyba”.
Falamos sobre isso na postagem anterior, #TBT – PARTE 01, publicada no dia 12 de novembro (domingo passado).
- O livro “Naufrágios no Litoral da Parahyba”, escrito em 1991, da autoria de Jair César Miranda Coelho, foi quem catalogou estes naufrágios, depois de 20 anos de pesquisa e mergulhos autônomos (sem patrocínio oficial de nenhum órgão militar ou universitário) no mar.
O trabalho dele é considerado – mundialmente – como de alto valor e grande teor acadêmico, pelas universidades e Marinhas (de guerra e frotas comerciais de todos os países da Terra), servindo como referência obrigatória de consulta técnica, para os cientistas dedicados aos estudos marítimos sobre o litoral brasileiro.
Na lista feita por Jair, durante seus mergulhos com cilindro de oxigênio e ar-comprimido, nas águas do litoral paraibano, existem 41 registros:
- 18 EMBARCAÇÕES AFUNDADAS (SEM NENHUM NOME DE IDENTIFICAÇÃO, NEM DE NACIONALIDADE)
- 23 EMBARCAÇÕES CATALOGADAS (CONTENDO SEUS NOMES DE BATISMO, ANO DE NAUFRÁGIO, BANDEIRA DO PAÍS PELO QUAL NAVEGAVA EM ÁGUAS PARAIBANAS E LOCAL DE REPOUSO DOS RESTOS DA CARCAÇA DO NAVIO)
- Aeronave dos Estados Unidos caiu no mar da Baía da Traição
Um avião Folker norte-americano que tinha decolado da Barreira do Inferno, em Natal-RN, para fazer uma patrulha sobre o Litoral Norte da Paraíba, sofreu uma pane e amerrissou em águas da Baía da Traição, a 74 km de João Pessoa, diante da Aldeia do Tambá, onde residem até hoje índios da tribo dos Potiguara.
- O boato espalhado em Rio Tinto – na época da 2ª Guerra Mundial, de 1939 a 1945 – dizia que a aeronave fora vítima das “baterias anti-aéreas instaladas no Palácio dos Lündgreen”, que seria um castelo usado para hospedar o Füher Adolf Hitler, quando ele hipoteticamente vencesse o conflito e viesse visitar o Brasil.
Não foi. Não é verdade. Nunca houve isso.
Hitler perdeu a guerra e supostamente matou-se. Mas, reza a lenda…
- Jair Miranda fez vários mergulhos nesse naufrágio do avião, ao lado de um dos seus maiores amigos e companheiros de aventuras submarinas, o jornalista Hilton Gouvêa.
Até o ano de 1984, os restos do Folker ainda eram vistos no mar, a nove metros de profundidade.
Caçadores de tesouros subaquáticos deram fim às relíquias históricas da aeronave norte-americana.