- PESQUISA HISTÓRICA – A instalação do município de Sapé em 1925 – Curiosidades da época na cobertura jornalística e lista de presenças ilustres.
Com esta postagem, encerramos a publicação de quatro matérias sobre o evento, sendo que as três primeiras estão disponíveis nos links abaixo:
- VEJA A ÚLTIMA PARTE DA REPORTAGEM DA ÉPOCA, TRANSCRITA DO JORNAL ” A UNIÃO”:
Os advogados João Dantas e Manuel (irmãos) telegrafaram para Orcine Fernandes, pedindo para ele representá-los na festa.
- Ou seja, por muito pouco, o assassino de João Pessoa (futuro Presidente do Estado que seria morto quatro anos depois), não esteve presente na festa em Sapé (GRIFO NOSSO – DO REDATOR).
Ao meio-dia, na hora do almoço, o Padre Ayres, agradeceu a Gentil Lins por ter oferecido comida aos visitantes de outros municípios.
- O Deputado Oscar Soares (tio-avô do humorista e apresentador de talkie-show na TV Jô Soares) pediu a Júlio Rique, Promotor de Justiça de Santa Rita, para representar o jornal “O Norte” nas festas, mas também na enviou nenhum repórter para cobrir os eventos.
Já o Padre Arthur Costa agradeceu aos organizadores da festa por terem incluído na programação do evento atos religiosos além dos meramente político-administrativos.
- Na fachada do edifício-sede do Conselho Municipal (atual Câmara de Vereadores) estava colocado um dístico luminoso com a inscrição: “Salve Dr. João Suassuna”.
O gerente da fábrica de tecidos de Rio Tinto, Mário Viana, representou os empresários Frederico Lundgren e o prefeito de Olinda-PE, José Miranda.
- A Cadeia Pública deixou de ser inaugurada, porque tinha acabado de ser construída, ainda estava somente no cimento e no tijolo, sem reboco e sem pintura.
O Inspetor do Tesouro do Estado, João Espínola, foi representado por João Maurício de Medeiros.
- Note a narração empolada e vibrante característica da época:
A villa apresentava um aspecto festivo, notando-se nas ruas (ainda totalmente pavimentadas em barro, sem nenhuma presença de pedras em paralelepípedos de calçamento ou meio-fio) intenso movimento popular.
- De ponta a ponta do Sapé viam-se mastros, palmas, bandeiras, arcos floridos.
Na avenida Coronel Gentil Lins, onde fica situado o novo edifício-sede do Conselho Municipal, erguiam-se dois artísticos coretos (de madeira) iluminados à baionetas (luminárias pontudas) e lanternas eléctricas (tipo holofotes) dependurados no alto das paredes, de frente pra rua, jogando luz nas pessoas que passavam por perto delas.
- De toda essa ornamentação foi encarregado Francisco Plácido de Assis, Presidente da Sociedade Mechânica da Capital (ou seja, como se fosse o chefe da atual Energisa, ex-Saelpa).
Lembrando que nessa época, em Sapé ainda não tinha nenhum poste de iluminação pública nas ruas e as casas eram servidas pela pálida claridade de uma bruxuleante luz fraca e de tom alaranjado, vinda das lamparinas e candeeiros a gás (querosene) ou velas de cera.
- A iluminação trazida da cidade da Parahyba era alimentada por um gerador movido a óleo de mamona e não por um motor acionado a óleo diesel, derivado do petróleo, como é comum hoje em dia.
Além do edifício do Conselho Municipal, foram inaugurados o contíguo (anexo) da Prefeitura, e outro prédio, destinado à Mesa de Rendas (antiga Coletoria Fiscal).
- Toda a principal cobertura jornalística foi feita pela reportagem de “A União – Orgam do Partido Republicano da Parahyba no Norte – Anno XXXIV – Nº 02 – Domingo, 3 de janeiro de 1926”.
Directores: Efetivo – Carlos Dias Fernandes e Interino – Nelson Lustosa
Gerente: Claudino Moura
- A Banda de Música da Força Policial do Estado acompanhou a comitiva até ao Sapé, “concorrendo para o invulgar realce de que as festas se revestiram ali”.
Também esteve presente a todas as festividades, a bem organizada Banda Musical do Município de Alagoinha.
- O Prefeito de Areia, Juvenal Espínola, esteve no Sapé durante toda a manhã acompanhando a festa.
Todos os aspectos fotográficos da festa, tanto na chegada quanto na partida do Presidente João Suassuna, foram registrados pelo “photógrapho profissional” Bruno Burgardt.
- NOTA DO REDATOR – Tentamos descobrir se ainda existem as tais fotografias feitas pelo “photografo” Bruno Bourgadt através do cineasta Bertrand Lira, mas não foi possível.
Ele próprio explica: “Eu tinha o contato do neto do fotógrafo Bruno Bourgadt que morava em Recife-PE nos anos 1990 quando fiz minha pesquisa. Não tenho mais o contato. Não sei nem dizer se ele ainda está vivo. Acredito que não. Não conheci ninguém mais da família.”
Já o artista plástico Chico Pereira me forneceu a seguinte informação, a respeito do tal “photografo”: “Cito o Bruno Bourgadt na Página 141 do meu livro PARAÍBA – Memória Cultural”.
- O trecho é o seguinte: “Entre os pioneiros, estão dois alemães, Bruno e Max Bougard (Boukhardt), que chegaram no à Parahyba no final do século 19 (XIX), instalando ateliê na Rua da Areia.”
“O crédito é de Bertrand Lira, de cujo livro sobre a história da fotografia na Paraíba, tirei a informação. Tenho o livro dele mas está encaixado. Acabei de fazer uma mudança e tem mais de 100 caixas de livros fechadas”.
- AGRADECIMENTOS:
ARQUIVO DO JORNAL “A UNIÃO” – Ana Flor (EPC – Empresa Paraibana de Comunicação)
PORTAL DE RELÍQUIAS HISTÓRICAS “SAPÉ DE OUTRORA” (Noel Barbosa)
Bandeira da Paraíba utilizada entre 1907-1922.
A primeira bandeira da Paraíba no período republicano foi instituído pela lei estadual nº 266, de 21 de setembro de 1907, durante o governo do Monsenhor Valfredo Leal.
- A bandeira pode assim ser descrita:
Retangular listrada horizontalmente com cinco listras verdes e quatro brancas; no meio da bandeira um círculo amarelo contendo um escudo prata carregando a inscrição “5 de agosto de 1585” (data considerada, na época, como da fundação da Paraíba), e de bordadura azul carregada de dezesseis estrelas brancas (número de comarcas da Paraíba); sobre o escudo, uma estrela de bordadura vermelha, carregada de um barrete frígio, também na cor vermelha.