Nos últimos 20 anos, o Brasil vivencia uma onda de violência implacável com o crime organizado e as milícias tentando ocupar territórios, comunidades, cidades e espaços de poder, através da política e de diversos crimes.

  • Nenhum governo foi capaz de promover a paz social e garantir efetivamente a sensação de segurança aos brasileiros.

Em tempos democráticos, acredito que o desafio será ter a competência de construir e promover Políticas Públicas, Defesa Social e Segurança que sejam eficientes, eficazes e efetivas para o país.

  • E temos consciência de que isso é um dos maiores desafios do governo do presidente Lula, e será termômetro das disputas nas eleições de 2026.

As instituições policiais têm recebido todo tipo de críticas e, às vezes, o descrédito nessa interminável luta contra a violência e a insegurança.

  • Entretanto, nas últimas décadas, somos testemunhas da evolução das polícias enquanto instituição, tentando se aperfeiçoar e se adequar às novas realidades impostas pela sociedade capitalista, muitas vezes calcadas no individualismo e na hipocrisia de políticos e de segmentos sociais tendenciosos.

Aos policiais rendemos todas honras, respeito e admiração por nunca desistirem do dever a ser cumprido.

  • Embora haja dedicação, os policiais sofrem com a falta de condições de trabalho no vasto espaço territorial.

Falta por parte do estado brasileiro o reconhecimento e o zelo que também lhes é negado pela sociedade brasileira, com honrosas exceções.

  • É bem verdade que o comportamento de repulsa à instituição seja por causa de maus policiais, os quais deveriam sofrer punição na forma da lei e serem expurgados da Polícia.

Quanto aos bons policiais, estes deveriam ser valorizados.

Na Paraíba, a Polícia Militar, instituição secular, inabalável, símbolo de orgulho, forte por convicção, convive com as diversas limitações sócio-históricas do estado, que refletem nas políticas de segurança atual.

  • Portanto, é preciso que os poderes legislativo e judiciário, o governo e a sociedade façam um pacto coletivo em nome da construção da paz, pois do contrário, a Paraíba pode ao longo dos anos passar por um processo similar a outros estados que atualmente vivenciam a violência extrema.

Para esse propósito, é preciso que as corporações, o governo e o estado brasileiro, por meio do governo federal, tomem a iniciativa de fortalecer, modernizar e priorizar as políticas de prevenção primária, secundária e terciária, que se limitam sócio-historicamente com a dimensão da Segurança Pública e da Defesa Social na perspectiva da construção da paz.

  • Assim, faz-se necessário investimentos em áreas importantes e indispensáveis na segurança pública, sem deixar outras atividades em segundo plano.

É estratégico investir, desenvolver e efetivar cada vez mais nos setores especializados da Polícia? Sim!

  • Mas não podemos deixar para trás outros setores de igual importância, a exemplo da Filosofia de Polícia Comunitária, Rádio Patrulhamento, entre outras modalidades que ao serem aplicadas oferecem resultados excepcionais, preventivos e de menor letalidade possível.

É um erro tático investir e valorizar apenas uma modalidade de policiamento.

Também é preciso ampliar e sistematizar a formação, treinamento, capacitação e qualificação continuada do efetivo policial.

  • E compete aos mecanismos de controle do estado brasileiro acompanhar, monitorar, fazer gestão e propor soluções viáveis a estas demandas.

Quanto aos políticos, cabe a incumbência de se posicionar fortemente na defesa de uma melhor política pública de segurança.

Já aqui na Paraíba, as cidades de Cabedelo, Santa Rita e Bayeux há décadas convivem com a sensação de insegurança, medo e constante ocorrências violentas entre criminosos.

  • Graças a forte atuação das Polícias e das gestões na segurança pública não somos um micro Rio de Janeiro.

Mas o desejo de muitos criminosos é fazer dessas cidades o “quintal violento” do Rio de Janeiro.

Os políticos, a sociedade local e o poder público precisam agir numa forte articulação comunitária e social, na perspectiva de implantação de políticas pública de segurança capaz de consolidar a paz nestas cidade e a permanente sensação de segurança.

  • Além do mais, a Paraíba jamais se renderá ao crime organizado.

Somos capazes de atuar e agir tão fortemente que desde a criação da briosa Polícia Militar, até os dias atuais, a Paraíba é protegida por homens e mulheres corajosos e destemidos.

  • Não importa o momento, dia ou hora a Polícia Militar está, diuturnamente, “adelante” na vanguarda pela proteção e segurança do povo paraibano.

Em contrapartida aos esforços imensos dos profissionais da segurança pública e da polícia brasileira, e agora nos referimos em especial a nossa magnífica polícia paraibana, uma parte dos políticos da Paraíba e do Brasil se escondem em seus gabinetes e abandonam o povo à deriva da sorte.

Como se estes mandatários do poder nada tivessem a ver com a construção de uma sociedade segura.

  • O fato é que esses políticos estão no Congresso Nacional para propor soluções viáveis para (in)segurança pública, educação de qualidade, políticas afirmativas e inclusivas, transporte, renda, trabalho e lazer, saúde mental, segurança, políticas públicas, leis, entre tantas outras pautas importantes para o povo.

Fazendo referência apenas ao quesito segurança pública na Paraíba, os deputados que foram eleitos para representar a pauta da segurança esqueceram a categoria policial e a segurança pública.

Abdicaram dos policiais, das corporações da segurança, da segurança do território paraibano, em suma, do povo.

  • Por outro lado, se dedicam a defender o projeto político de se manter no poder e ter mais influência, enquanto que os policiais sofrem com as limitações das condições de trabalho e por conseguinte com a sensação de insegurança em determinadas localidades.

  • Astronadc Pereira
    Tenente da Polícia Militar da Paraíba, formado em Psicologia, com especialização em Criminologia e Psicologia Criminal

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