Manuscritos de mais de 200 anos, que já foram catalogados e digitalizados, estão sendo usados por alunos do curso.

  • Alunos do terceiro período do curso de História da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) participaram de uma Oficina de Iniciação à Pesquisa, nestas quinta-feira (dia 24) e sexta-feira (dia 25), utilizando documentos históricos encontrados da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), datados de mais de 200 anos.

De acordo com o professor do curso de História, Ângelo Emílio Pessoa, desde que os documentos foram trazidos da Câmara para a UFPB, os alunos estão estudando todo esse rico material de pesquisa, debruçados sobre eles.

  • “É um trabalho complexo, porque são documentos manuscritos de mais ou menos 200 anos, com uma escrita difícil de ser decifrada e transcrita”, afirmou.

Segundo o professor, os documentos foram encontrados na Secretaria Legislativa da Câmara e trazidos para a UFPB, sobretudo pela importância histórica deles, mas também para preservá-los, uma vez que retratam a realidade da época vivida.

  • “Inicialmente fizemos o acerto de levar os documentos para a Casa de José Américo. Mas, por conta da localização da Fundação ser em uma área de praia, no Cabo Branco, e os manuscritos terem sido escritos com uma tinta com alto teor de ferro, eles poderiam se deteriorar devido à maresia. Por isso, achamos por bem trazê-los para a Universidade”, acrescentou.

Ângelo Pessoa destacou que, basicamente, os documentos são formados pelos livros de ofícios, os atos legislativos expedidos pela Câmara de João Pessoa para outros órgãos, e algumas correspondências recebidas.

  • “Os manuscritos são do período logo depois da Independência do Brasil e, particularmente, depois do movimento chamado Confederação do Equador, em que houve um forte enfrentamento político e militar, com uma grande batalha na Paraíba, sobretudo na cidade de Itabaiana”, ratificou.

Para o professor, as oficinas são de grande importância para o amadurecimento dos alunos.

  • “Essa experiência será um lastro para eles, pois não é todo dia que se tem a oportunidade de analisar documentos de 1823 e tentar imaginar o que eles significam, o que está escondido por trás deles, quem escreveu e o que estava pensando quando escreveu”, finalizou.

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