• O Fevereiro Laranja é o mês de conscientização sobre a leucemia, um tipo de câncer no sangue que deve ter mais de 11.500 novos casos registrados no Brasil em 2025, de acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Para a hematologista do HSVP, Carolina Rolo, o Fevereiro Laranja é um mês super-importante para a hematologia, pois conscientiza sobre as leucemias, educa a população e desmistifica sobre alguns subtipos da doença que normalmente assustam.

  • A médica destacou a necessidade da conscientização sobre os sintomas da leucemia aguda, o sinal quando procurar um serviço médico e também a importância como os profissionais da medicina podem conseguir ajudar um paciente com leucemia aguda.

“E esse mês serve para nos alertar sobre a doação de sangue e de medula óssea”, lembrou.

  • Carolina Rolo explicou que a leucemia é um tipo de câncer das células do sangue, com a circulação de leucócitos tanto circulando, como pode estar infiltrando a medula óssea e que se divide em leucemias agudas e crônicas.

“As agudas são as mais famosas e mais graves, a instalação é muito rápida e ocorre que isso tudo vai acarretar vários sintomas como fraqueza, facilidade para sangramento, como os gengivais ou nasais espontâneos”, explicou a hematologista do HSVP.

  • Ela ainda lembrou que esses sintomas podem aparecer do nada, como também podem ser sangramentos graves, inclusive do sistema nervoso central, evoluindo com manifestações neurológicas. Além disso, o paciente pode ter perda de peso, febre, e suores noturnos, relacionados com a doença.

Ela informou que as leucemias agudas normalmente quando diagnosticadas, se procura tratar para curar, não quer que a doença volte.

  • A cura depende de vários fatores como a idade, o subtipo, a avaliação molecular e a performance do paciente.

A cura nesses casos chega em torno de 50% dos pacientes do Hospital São Vicente de Paulo.

  • Quanto às crônicas, ela lembrou que na maioria das vezes e normalmente, não se fala em cura, mas em controle, pois por exemplo, 1/3 dos pacientes com leucemias linfocíticas vão viver assintomáticos e que nunca vai precisar tratar.

Já as mielóides crônicas, a identificação no ano 2000 foi uma revolução na onco-hematologia onde se descobriu um tratamento que antes para se conseguir controlar a doença de forma eficaz, quase todos os pacientes precisavam de transplantes alogênicos.

  • Ela lembrou que hoje esse tipo de transplante é exceção, pois existe uma terapia alvo administrada via oral que consegue controlar a doença e o paciente viver uma vida normal.

“Alguns respondem muito bem, e depois de anos, conseguimos suspender a medicação e eles continuarem com a doença controlada, chamada de cura funcional,” explicou.

  • Na grande maioria das vezes, as suspeitas de leucemias agudas e crônicas são encaminhadas aos hospitais de referência como o Hospital São Vicente, que para a confirmação vai realizar uma série de exames como a coleta da medula óssea, imunofenotipagem e biologia molecular.

Após a confirmação do tipo, seja LMA ou LLA, o tratamento na grande maioria das vezes se inicia com a internação para a administração de um protocolo com vários tipos de quimioterapia, que após a remissão, o doente é encaminhado para a 2ª fase, dependendo do tipo, encaminhado para o transplante de medula alogênico em Natal-RN ou Recife-PE.

  • “Quanto mais doadores cadastrados, mais aumenta a chance de conseguir um compatível”, informou Carolina.

Ela lembrou que o tratamento das leucemias crônicas é ambulatorial com a administração de drogas orais. “Chamamos a atenção da doação de sangue (principalmente plaquetas) e de medula óssea para salvarmos vida”, apelou a hematologista.

  • ESTRUTURA – O Hospital São Vicente conta com 10 leitos para internação da hematologia e quatro especialistas que atuam nas enfermarias e ambulatórios.

A unidade hospitalar realiza por mês uma média de sete internações de pacientes com leucemia e cerca de 56 quimioterapias para o tratamento, dependendo do tipo da doença.

  • Leucemia Mielóide Aguda (LMA) e Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA).

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