- Por: Hilton Gouveia
- Especial para o BLOGdoGM
O ex-vice-prefeito e empresário fornecedor de suprimentos para navios em Cabedelo, Paulo Lins Cavalcante, sempre lutou, nos tempos de crise, por melhoramentos no porto da cidade marítima.
- Paulo Lins, além de deputado estadual foi delegado de polícia, vereador, vice-prefeito e um dos maiores empresários de Cabedelo.
Paulo, que era dono da Ship Chandler Lins, foi um dos líderes políticos locais que mais se destacou na missão de conseguir equipamentos para o atracadouro cabedelense, evitando que embarques de produtos brasileiros internacionais estratégicos – como por exemplo o de frutas de abacaxis para o exterior -, fossem desviados para Recife-PE ou Natal-RN.
- No tempo do então governador Tarcísio de Miranda Burity (mandatos de 15 de março de 1979 até 14 de maio de 1982 e de 15 de março de 1987 até 15 de março de 1991), Paulo e outros empresários da área se esgoelaram a fim de obterem a explosão por dinamite de uma grande pedra que impedia a livre navegação dos navios ancorados na barra em direção ao porto.
Isso foi feito para aumentar o calado de atracação de navios, no canal de acesso e bacia de evolução das embarcações, mesmo sob protestos de ecologistas locais.
- Paulo brigou pelo porto até nas questões religiosas.
Um “padre sabido” retirou a bela imagem de Nossa Senhora dos Navegantes de seu pedestal, em praia Formosa e levou-a para Campina Grande.
- Lins foi buscar a Santa e entrou triunfante com ela em Cabedelo.
E justificou sua ação:
- “Sem sua Santa protetora, os embarcados daqui não viajavam tranquilos”.
Paulo Lins Cavalcante morreu há 8 anos, em 2017.
- Farol da Pedra Seca
Este guardião dos mares, cuja luz alcança 16 milhas náuticas, segundo o Serviço de Balizamento da Marinha Brasileira, foi mandado construir por D. Pedro II, em 1869.
- Os serviços foram feitos por uma empresa de Glascow, na Escócia.
Do alto do farol, que está completando cerca de 150 anos de existência, nota-se claramente as águas que nunca se adentram, embora se mirem frontalmente:
- As do Rio Paraíba (doce), com sua cor escura e as do Oceano Atlântico (salgada), com seu azul-esverdeado.
- NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM – O Farol da Pedra Seca foi erguido como uma torre com tronco piramidal octogonal em ferro, numa base quadrada de alvenaria, branca, onde a construção tem placa de inauguração com data de 1870.
Mas, oficialmente, só foi no dia 7 de setembro de 1873 que o farol da «Pedra Seca» foi inaugurado, tendo sido o primeiro farol a ser implantado em toda a costa paraibana pelo governo imperial.
- A obra, cuja construção ficou a cargo do engenheiro Julio Teixeira de Macedo, foi encomendada pelo fidalgo Zósimo Barroso, em 1869, e fazia parte de um conjunto de nove torres de ferro forjadas da empresa P&W Maclellan, de Glasgow, na Escócia, com 14,5 metros de altura.
Um aparelho lenticular fixo da Barbier & Fenestre, de Paris, na França, também completava o conjunto.
- Era considerado o que havia de melhor em sinalização náutica na época.
As peças do farol chegaram à Paraíba em janeiro de 1872, por intermédio do arsenal de Pernambuco, na administração de José Evaristo da Cruz Gouvêa, ficando guardadas no edifício da antiga Alfândega, no Porto do Capim, em João Pessoa (então chamada de cidade da Parahyba do Norte).
- O primeiro-tenente da armada José Maria do Nascimento Júnior, a quem o Ministério da Marinha encarregou de determinar o ponto em que deveria ser construído o farol, imediatamente depois de sua chegada convocou o também primeiro-tenente Nascimento Junior para Cabedelo e, junto com ele, concluiu os trabalhos de sua missão.
A obra foi erguida em uma laje que aflora na maré baixa, conhecida como «Pedra Seca», situada precisamente no limite da praia Formosa, com o intuito de sinalizar a entrada no porto, já que toda a orla de Cabedelo é coberta por uma barreira de corais, perigosa e impenetrável para navios.
- Em 1922, o queimador original foi substituído por um eclipsor AGA automático, à base de acetileno.
Com isso, a vigília noturna dos faroleiros pôde ser substituída por confortáveis visitas bimestrais, feitas pelos técnicos da Capitania dos Portos da Marinha.
- Hoje, com o emprego de elementos fotovoltaicos, o farol está totalmente automatizado.
Conta-se que o farol foi construído em terra firme, mas que, com o avanço progressivo do mar, hoje se encontra a 400 metros da beira-mar.
- Os depoimentos dos pescadores mais antigos da área afiançam que pelo menos o espaço correspondente a duas ou três ruas com casas de tijolos sumiu com o avanço do mar, destruindo as habitações ali construídas, incluindo aonde morava o faroleiro da época.