Por: Cel Paulo Almeida Martins

  • É com profunda honra, serenidade e um sentimento pleno de dever cumprido, que na condição de ex-diretor-geral do então Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho — referente à gestão que exerci entre os anos de 2019 à 2023, compareci nesta quarta-feira, dia 9 de julho ao plenário do Tribunal de Contas do Estado.

O momento não foi apenas para me defender, mas sobretudo para me despedir.

  • E quem se despede com o coração em paz, descansa em paz.

Servir aquele hospital foi servir à vida.

  • No dia 1º de abril de 2019, assumi a direção geral do Hospital da Polícia Militar General Edson Ramalho.

O que não sabíamos era que, poucos meses depois, o mundo entraria em colapso.

  • Veio a pandemia. Veio o medo. Veio a escassez. Veio a carestia.

A escrita aqui é meramente de gratidão, porque quem serviu com seriedade, quem respeitou cada centavo do erário público, quem honrou cada paciente e cada servidor, não teme o juízo público — pelo contrário, a busca cada vez mais.

  • E é isso que representa este momento para minha vida pessoal e profissional.

Conduzir um hospital já é, por definição, um exercício diário de humanidade.

  • Mas conduzir o Hospital Edson Ramalho durante a pandemia de COVID-19 foi um teste extremo de resistência institucional e emocional.

Em 2020 e 2021, enfrentamos escassez de insumos, medo generalizado, sobrecarga de profissionais, decisões de altíssimo impacto, vidas ceifadas pelo maldito vírus invisível — e mesmo assim, nunca paramos.

  • Seguimos a rota, nossas equipes salvando vidas, reorganizando fluxos, protegendo a população da maneira possível, mesmo o hospital não tendo sido referência Covid.

Isso chama-se RESILIÊNCIA e RECONSTRUÇÃO DE VALORES.

  • Mas não nos limitamos a resistir. Nós avançamos… e como avançamos! Deus sabe do que falo aqui…

Antes desta aprovação, já tinham sido aprovadas as quatro primeiras contas, ou seja 2019, 2020, 2021 e 2022 — todas aprovadas pelo TCE/PB, com louvores e referências elogiosas ao nosso trabalho.

  • E essa validação técnica — vinda de um órgão de controle como o Tribunal de Contas — é, para mim, uma consagração ética.

É a resposta de que valeu a pena cada decisão tomada com honestidade e prudência.

  • Exemplificando, adquirimos um tomógrafo de última geração com recursos oriundos de emendas parlamentares, vários serviços e setores, modernizamos vários outros, teto e pisos novos, reforma de várias enfermarias, incluindo uma exclusiva aos cuidados paliativos, um marco de dignidade para pacientes terminais.

Fomos à época a primeira unidade hospitalar a abrir essa enfermaria de cuidados paliativos.

  • ​​Reestruturamos vários serviços clínicos, a exemplo da urgência hospitalar, diminuindo drasticamente o tempo de espera.

Entregamos à população um novo laboratório, totalmente reconstruído, trazendo dignidade aos servidores e aos pacientes. ​​

  • Realizamos dezenas e dezenas de licitações transparentes, garantindo reaparelhamento de setores e uso correto dos recursos.

Fomos o 1º hospital público no Estado a receber autorização para realizar pregões.

  • Foi em nossa Gestão que houve a correção do erro histórico quanto às garantias da regularização das matrículas dos ex-codificados.

E encerramos a gestão com mais de R$ 16 milhões em caixa, como prova incontestável de uma gestão fiscalmente equilibrada.

  • A prestação aqui mais difícil não é a das contas. É a da consciência

Agradeço de forma especial ao Coronel Euler Chaves, ex-comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba, que confiou em meu trabalho e me deu a missão que me trouxe até aqui.

  • Agradeço, do mais humilde servidor até a diretoria técnica, administrativa e financeira, que carregaram comigo os desafios diários com competência e espírito público.

E, em nome deles, agradeço a todos os funcionários e funcionárias que fizeram parte desta jornada vitoriosa.

  • Aos meus advogados, Dr. Joalysson Viana e ao Dr. Sérgio Paulo e à servidora Candice Helena, contadora do hospital — registro minha admiração e minha gratidão pelos apoios técnicos e jurídicos.

E não posso deixar de agradecer também à minha família, que viveu comigo os bastidores invisíveis de cada crise, de cada noite sem sono e de cada desafio.

  • Deixo este espaço com a consciência tranquila de quem prestou contas de cada ato, de cada centavo, de cada decisão.

Aposentei-me da gestão pública estadual, mas jamais me afastarei do compromisso com a ética, com o bem comum e com o exemplo que espero ter deixado.

  • Que Deus abençoe e continue nos abençoando.

Muito obrigado.

  • Cel Paulo Almeida Martins

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