Faleceu a ativista paraibana Maria Angelina de Oliveira, uma das mais importantes lideranças da Juventude Operária Católica (JOC) no Brasil e no mundo, cuja trajetória foi marcada por uma vida inteira dedicada à luta da classe trabalhadora, dos movimentos populares e da economia solidária.
- Angelina teve seu primeiro contato com a JOC em 1955, aos 21 anos, na cidade de João Pessoa, na Paraíba, dando início a uma caminhada que ultrapassaria fronteiras.
Dois anos depois, em 1957, assumiu a Coordenação Regional da JOC no Nordeste e, em 1960, passou a integrar a Coordenação Nacional da JOC Brasileira (JOC-B).
- Com um olhar sempre voltado para a formação e a organização da juventude operária, Angelina expandiu sua militância além das fronteiras nacionais.
Em 1964, assumiu o trabalho de extensão da JOC na Colômbia e, em 1966, foi responsável pelo Serviço de Formação e Extensão do movimento, atuando na Ásia, África e diversos países da América Latina.
- No Conselho Mundial da JOC, realizado no Líbano em 1969, foi eleita vice-presidente da JOC Internacional, função que consolidou sua relevância no movimento operário mundial.
De volta ao Brasil em 1971, Angelina se estabeleceu em Recife (PE), onde trabalhou na fábrica de tecidos Tacaruna.
- Foi presa nessa mesma época pela Ditadura Militar, e após sua libertação, passou sete meses em Crateús (CE), até retornar à sua terra natal, João Pessoa.
Em 1976, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde, acolhida por Sila e pelo padre Agostinho, integrou-se à Pastoral Operária, à Central de Favelas e a várias Associações de Moradores.
- Três anos depois, em 1979, ajudou a fundar o Centro de Ação Comunitária (CEDAC), voltado para a formação de jovens, apoio a organizações populares, movimentos sociais, povos indígenas e comunidades marginalizadas.
Durante visita ao Vaticano, em Roma, na Itália, o então Papa João Paulo II cumprimentou Angelina Oliveira.
- Participou, em 2000, dos debates que resultaram na criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES) e do 1º Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES).
Em 2011, retornou a João Pessoa e, pouco depois do falecimento de sua mãe, se estabeleceu em Recife, onde continuou ativa na militância.
- Mesmo com idade avançada, seguiu participando de eventos nacionais e internacionais.
Esteve no II Colóquio Internacional da JOC, em 2016, na Alemanha e, em 2018, ajudou na organização do Encontro Nacional de Militantes e Antigos Militantes da JOC-B (ENAJOCISTA), realizado em Nova Lima (MG).
- Até seus últimos dias, vivendo em Camaragibe (PE) com as irmãs Nena e Gorette, Angelina manteve seu apoio político e financeiro à JOC em nível local, regional e nacional, com especial atenção aos adultos extensionistas no Nordeste.
A Coordenação Nacional da JOC Brasileira manifestou, em nota, solidariedade à família.