• Hilton Gouvêa – Jornalista
    Especial para o BLOGdoGM

Filha de um coronel do Exército Português, a pernambucana Ana Paes era considerada uma mulher mentalmente evoluída para o seu tempo (1617 – 1674).

  • Influentes senhorios holandeses e portugueses, eram atraídos para a sua alcova, por três motivos:
  1. descobrir o segredo de fabricação do excelente açúcar produzido no Engenho Casa Forte, que lhe pertencia;
  2. ficar por dentro das manobras dos insurretos pernambucanos que a cortejavam; e
  3. se inteirar das confissões trocadas entre ela e Maurício de Nassau, uma de suas paixões, a quem presenteou com três toneladas de açúcar, na época um produto mais caro do que o ouro, no comércio europeu.
  • Autores dos Séculos XVI e XVII, afirmam que açúcar nesta época de doçura europeia, não significava, apenas, um produto para constar em receitas de bolos, licores e outras guloseimas.

Também era deixado como herança dos potentados em ricos inventários e presenteado às noivas como dotes de casamentos, depois de colocados em caixas ricamente adornadas.

  • A noiva que descobrisse açúcar entre seus presentes nupciais, já podia se considerar dona de um valioso investimento.

Pois foi com a exuberância de seu corpo e a cobiça de holandeses e portugueses pelo açúcar especial que os pais de Ana produziam, que aos 14 anos de idade ela casou com o capitão português Pedro Correia da Silva.

  • Ele ficou feliz ao saber que sua amada brasileira também era instruída, pois falava e escrevia fluentemente português, holandês, francês e latim.

A felicidade do primeiro matrimônio acabou com a morte do capitão Pedro, quatro anos depois.

  • Ela virou uma cobiçada viúva de 18 anos, com a saúde em flor, e casou com o holandês Virgílio Gaspar de Kroyesteyn, oficial de Infantaria do Exército Batavo.

Com a morte de Kroeyestein, Ana casou com Gisbert With, – que teve importante cargo no Governo Holandês da Paraíba –, não antes de manter um romance ardente com André Vidal de Negreiros, chefe dos insurretos pernambucanos.

  • Este romance com Negreiros se deu no lapso de tempo em que a viuvinha ficou cuidando, sozinha, de seu engenho, até casar com Kroeyestein, a quem muito interessava o engenho dela, colocado entre os 10 melhores da Várzea do rio Capibaribe.

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