- Por: Hilton Gouvêa
- Especial para o BLOGdoGM
James Lancaster foi um corsário inglês, a quem a rainha Elizabeth concedeu o posto de Almirante, e autorizou-o a piratear pelos Mares do mundo, expondo, nos mastros de seus navios a bandeira do Reino Unido.
- Ele acabou nomeado almirante em chefe da esquadra de 18 navios, que atacou Recife em 30 de março de 1595 (uma Sexta-Feira da Paixão).
O ataque, iniciado pela madrugada, pegou as guarnições de defesa náutica de Olinda e Recife de surpresa.
- Brigs e bergantins da frota luso-espanhola, integrantes da União Ibérica, formada por Portugal e Espanha, foram adernados logo aos primeiros tiros da esquadra de Lancaster.
Ele se deu ao prazer de permanecer um mês no Recife, sempre pondo a pique todo navio luso espanhol que se aproximasse.
- Desta aventura, segundo Dweind, ele amealhou um saque no valor calculado de U$ 1,5 bilhão, a dinheiro de hoje.
Cerca de 80% da carga roubada equivalia a milhares de caixas de açúcar e a incontáveis toras de Pau Brasil, os principais objetos mais visados da expedição de Lancaster, por serem, naquele momento, vendidos mais caros do que o ouro, na Europa.
- Lancaster teve que alugar 16 barcos, para ajudar no transporte deste botim para a Inglaterra, onde chegou 3 anos depois, coroado de glórias.
NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM – Embora a sede de Pernambuco fosse a então ainda Vila de Olinda, o lugar ideal e estratégico para a invasão era o povoado de Recife, que já contava com mais movimentação e atividade em comparação à capital.
- Recife já tinha excelentes condições de atracação naquela época e era dotado de um porto capaz de comportar os navios envolvidos na operação de conquista da estrutura ibérica pelos corsários ingleses.
O governador da capitania, na ocasião, era Jorge de Albuquerque Coelho (1539-1602), filho de Duarte Coelho, o primeiro donatário de Pernambuco.
- Em decorrência do lucrativo sucesso do saque ao Recife, a experiência inglesa neste tipo de abordagem foi aprimorada e os investidores resolveram desenvolver ainda mais suas atividades através da fundação da Companhia das Índias Orientais (1600), da qual o próprio Lancaster virou sócio.