• Por: Hilton Gouveia
    Especial para o BLOGdoGM

A morte de Amaro Coutinho foi em 21/08/1817.

  • A cabeça e as mãos sumiram um mês depois, em setembro de 1817, roubadas pelo escravo Manoel Cobra, a mando de seu amo, o cônsul inglês Joseph Iordan Stuart, que se compadeceu da triste sorte daquele corpo insepulto.

A cabeça e as mãos do cadáver estavam “salpresos”, sobre um balcão de madeira, num local onde hoje fica próximo ao Hotel Globo, em João Pessoa-PB.

  • NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM – “Salpreso” era a prática utilizada na época do Brasil Colônia e Império, de salgar levemente as partes esquartejadas dos prisioneiros executados, apenas para evitar a putrefação; salpicar com sal e deixar exposto ao sol, chuva, sereno e vento, geralmente em cima de uma tábua de madeira ou dependurado num poste.

Quando Mané Cobra escondeu sua canoa pertinho do Porto do Capim, o plano de roubar os restos mortais deste valente Paraibano, já estava bem traçado.

  • Ele avistou as sentinelas portuguesas que vigiavam o produto macabro, ofereceu aos soldados uma garrafa extra de aguardente e retirou-se.

Meia hora depois, voltou ao local de onde fingira ter se evadido e sumiu, junto com sua encomenda macabra.

  • O mistério do sumiço dos restos mortais do herói durou 208 anos.

Recentemente, a Sra. Ana Clara Maroja Nóbrega revelou que os respectivos restos mortais de Coutinho estão mesmo dentro da Capela de São Miguel, em Engenho do Meio, Santa Rita, localizado na zona rural da área metropolitana da Grande João Pessoa.

  • Em Recife-PE, existe uma estátua em frente ao Palácio do Campo das Princesas, em homenagem aos mártires de 1817.

NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM – Quem foi Amaro Gomes Coutinho:

Amaro Gomes Coutinho (nascido na Parahyba, em 1774 — morto no Recife, em 21 de agosto de 1817), foi um revolucionário, mesmo sendo coronel do regimento miliciano de brancos.

  • Era rico proprietário de terras, filho do coronel Amaro Gomes da Silva Coutinho e cunhado do também revolucionário e futuro senador do Império Estêvão José Carneiro da Cunha.

Defendia a proclamação da República e a Independência do Brasil das Cortes Portuguesas, cinco anos antes de Dom Pedro I lançar o “Grito do Ipiranga”, em 7 de setembro de 1822.

  • Foi o principal chefe da Revolução Pernambucana (1817) aqui na Paraíba e chegou a tomar o Palácio da Redenção (atual Museu Histórico).

Iniciou o levante em Itabaiana e logo ganhou a Capital da então província, a 16 de março.

  • Derrotado o movimento pelas tropas governistas, e após a rendição, foi detido e enforcado no Recife em 21 de agosto de 1817, aos 43 anos de idade, juntamente com seus companheiros Francisco José da Silveira e José Peregrino Xavier de Carvalho.

Posteriormente foram todos esquartejados, e os membros amputados foram distribuídos ao ar livre em pontos estratégicos na atual cidade de João Pessoa, onde ficaram expostos.

  • CRÉDITO DAS IMAGENS:
    Paraíba no Passado – Canal no YouTube

NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM – Para quem quiser adiantar a exposição das imagens para visualizar o conteúdo relativo ao texto acima, na parte do vídeo abaixo em que fala sobre Amaro Coutinho, o tema começa no minuto 03:35 e segue até o minuto 04:25, depois de serem mostrados vários takes do prédio abandonado em ruínas da antiga Alfândega, localizada no bairro do Varadouro, no desativado Porto do Capim.

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