- O Campus I da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), na cidade de João Pessoa, recebeu entre os dias dois e seis de junho deste ano (de segunda à sexta-feira da semana passada), o Ateliê Interdisciplinar sobre Mudanças Climáticas.
O ateliê é uma proposta prática, interdisciplinar e colaborativa que permitiu aos participantes aprofundar conceitos e técnicas para enfrentar os desafios urbanos e ambientais da atualidade.
- Além de reflexões, ofereceu uma oportunidade para explorar a criação de soluções reais para territórios de João Pessoa.
Sobre isso, a professora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFPB (DAU-UFPB) e uma das idealizadoras do Ateliê, Carolina Oukawa, explica que o ateliê é um lugar de experimentação que preenche uma lacuna ao falar sobre mudanças climáticas.
- “A partir de um tema relevante deixamos os estudantes dialogarem, promovendo situações de debate, com uma vinda ao território da São Rafael. É uma iniciativa voltada a experimentar diferentes práticas pedagógicas, gerando diferentes produtos como textos, ensaios projetuais, documentações e outros”, esclareceu.
Ela explica que desde dezembro de 2023, o Centro de Tecnologia da instituição tem promovido atividades de imersão projetual colaborativas, reunindo estudantes de diversos períodos e cursos para explorar temas relevantes por meio de enunciados projetuais abertos.
- Assim, este ateliê interdisciplinar de projetos dá continuidade ao ateliê vertical, experimento pedagógico realizado semestralmente no DAU, porém, o diferencial desta edição do workshop é que ele fez parte de um edital do Programa de Apoio a Experiências Interdisciplinares Desenvolvidas Para Melhoria da Qualidade do Ensino de Graduação (Qualigrad).
O Qualigrad é um programa de financiamento assessorado pela Pró-reitoria de Graduação (PRG) da UFPB que, entre outros objetivos, visa apoiar o desenvolvimento de atividades previstas nos Projetos Pedagógicos dos Cursos (PPC) e incentivar a adoção de experiências interdisciplinares.
- “O ateliê sempre teve a pretensão de ser interdisciplinar e o edital foi uma oportunidade interessante de reunir vários professores interessados. E isso está relacionado com o caráter experimental desse ateliê que é o mais importante. A partir desse tema das mudanças climáticas, propomos uma reflexão entre os alunos com a produção de textos. O ateliê de mudanças climáticas teve um apelo social muito importante”, comentou Carolina Oukawa.
O ateliê contou com a participação do corpo docente dos departamentos de Arquitetura e Urbanismo e Departamento de Engenharia Civil e Ambiental (DECA) e teve o apoio da monitoria de alunos de pós-graduação e de egressos dos cursos envolvidos, que contribuíram para a discussão e dão suporte à produção de publicações de registro do processo.
- Comunidade São Rafael é destaque do ateliê
De acordo com Alice Piva, o ateliê propôs um espaço de discussão sobre os riscos climáticos aos quais o território da Comunidade São Rafael está sujeito, permitindo aos alunos elaborar propostas de maneiras socioambientalmente justas de adaptação climática.
- A proposta da oficina foi criar um espaço de escuta com a comunidade, pensando junto sobre alternativas de futuro para a São Rafael que conduzam a mitigação do risco climático.
Segundo o coordenador de projetos do Instituto Voz Popular da Comunidade São Rafael, Daniel Pereira, o ateliê foi muito interessante porque vai além da lógica dos debates em sala de aula.
- “Desta vez, os estudantes foram diretamente à comunidade para conhecer uma ação prática que ocorre na cidade de João Pessoa. E a partir disso, podem refletir como futuros profissionais sobre como podem executar projetos que envolvem espaços como esse a partir do que eles aprendem nas disciplinas. Assim, quando estiverem formados provavelmente vão ter atitudes diferentes”, declarou.
- Infraestrutura verde-cinza
A infraestrutura “verde-cinza” é um sistema híbrido que combina as propriedades de ecossistemas naturais (como manguezais, recifes de corais, florestas tropicais urbanas) de resistirem aos impactos de eventos climáticos extremos com estruturas convencionais da engenharia (como canais de drenagem, muros de contenção ou sistemas de saneamento).
- Essa união entre a conservação e a restauração da natureza com abordagens convencionais da engenharia permite fortalecer as comunidades contra os efeitos climáticos, ao mesmo tempo em que trazem diversos benefícios naturais como água doce, ar puro e proteção costeira.
Ao contar com barreiras costeiras naturais ( como manguezais e ervas marinhas) e outras construídas pelo homem (como barragens de concreto e paredões), o Estado da Paraíba se torna um espaço de debate sobre infraestruturas verde e cinza.
- “Na Paraíba — especialmente em João Pessoa — esse tipo de infraestrutura é essencial para enfrentar riscos como inundações, erosão costeira e ilhas de calor, ao mesmo tempo que promove a restauração de ecossistemas urbanos, economia para o orçamento público e bem-estar para a população”, esclareceu a coordenadora Alice Piva.
Sobre a Conservação Internacional
A Conservação Internacional (CI-Brasil) é uma organização não governamental que promove o uso sustentável dos recursos naturais para o bem-estar humano.
- A entidade visa a proteção da biodiversidade da Terra, áreas selvagens ou regiões marinhas de alta biodiversidade ao redor do globo e também é conhecida por suas parcerias locais com ONGs e povos indígenas.
A CI-Brasil tem por objetivo incentivar e apoiar a conservação do meio ambiente e de atividades de desenvolvimento sustentável, promover a educação ambiental, o bem-estar humano, a assistência social e a cultura.
- Seus colaboradores atuam na conservação de áreas prioritárias na Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica e Oceano.
- Fotos: Brena Flora
- Assessoria de imprensa: Juliana Cavalcanti
- Cortesia EPC/Jornal “A União”: Carlos Rodrigo