
- NOTA DO REDATOR DO BLOGdoGM:
Não se espantem. É isso mesmo.
- Resolvi republicar, sem nem pedir permissão ao colega dono do blog alheio, até porque sei que ele vai concordar comigo.
Ou melhor: eu é que estou concordando com tudo que ele disse, assinando embaixo do texto, “sem tirar e nem por”, como gosta de escrever um certo amigo meu.
- Só faltou Tião dizer que ele também fazia parte do meu time que “segurava o batente” da redação do extinto jornal impresso Correio da Paraíba, no início da década de 1990.
APRECIEM SEM MODERAÇÃO AS PALAVRAS ABAIXO, BEM DITAS E BENDITAS:
- Por: Tião Lucena
Republicado pelo BLOGdoGM
Não éramos melhores do que ninguém, éramos unidos, o que desse para um dava para todos, jornalista errava, mas ninguém do lado de fora estava autorizado a criticar um colega, ofender menos ainda, agredir então, nem se fala, era mesmo que assanhar um enxame de abelhas.
- Não se cobrava solidariedade, dava-se sem querer nada em troca, não existia esse negócio de pisar no companheiro para lhe tomar o lugar, havia espaço para todos, para os letrados e para os menos letrados, todo mundo cabia debaixo do guarda-chuva.
Jornalista não ficava rico, não morava em mansão, quando muito ganhava uma casinha da Cehap ou se abrigava nas casas que Jair Santana conseguia via Sindicato dos Radialistas.
- Para se ter uma ideia, no meu tempo somente dois do batente possuíam carros: Dorgival Barbosa tinha um fusquinha que comprou com o lucro das joias que vendia e Cícero Lima tinha um graças ao salário que recebia na Assembleia como assessor do deputado Aércio Pereira.
O restante andava no carro de mocotó, pegava ônibus ou bigu.
- E não se diga que isso acontecia porque éramos jornalistas menos capazes. Eram capazes até demais.
Tínhamos Júlio Santana chefiando a editoria política de O Norte, Marcone Formiga dando show no velho Correio, a redação de A União era a universidade do jornalismo, contava com textos finais de Aguinaldo Almeida, Rubens Nóbrega, Marcone Carneiro Cabral, Assis, Josemar Pontes, Feitosa e por aí vai.
- Nossa bancada de imprensa na Assembleia era respeitada, deputados pediam licença para falar com a gente, não existia esse negócio de bajular político para ganhar assessoria, o toco existia, não se pode negar, mas era o toco inocente que só dava para interar a fava da 13 de Maio ou a sopa do 2113.

- Giovanni Meireles,
- Wellington Fodinha,
- Zé Euflávio,
- Bibiu e Miguezim Lucena,
- Valaque e Zé Carlos,
- Crispim,
- Gonzaga,
- Biu Ramos,
- Gilvan de Brito,
- Josinaldo,
- David,
- Geordie,
- Fred,
- Vavá,
- Nathanael,
- Chico Pinto,
- Malvino,
- Teócrito,
- Evandro,
- Nonato,
- Lenilson,
- Linaldo,
- Carlos César,
- Werber,
- Zé de Souza,
- Hilton Gouveia,
- Frutuoso,
- Marcos Maivado,
- Zé Duarte,
- Zé Nunes,
- Sitônio,
- Anco Márcio,
- Marcos Tavares,
- 1berto de Almeida,
- Aldo Lopes,
- Sérgio de Castro Pinto,
- Galvão,
- Eraldo,
- Erialdo,
- Clilson,
- Dércio,
- Abelardinho,
- Luiz Otávio,
- Barbosinha,
- Abmael,
- Pedro Moreira,
- Leila,
- Paulo Santos,
- Lelo,
- Caldeira,
- Gilson,
- Maurílio.

O time era grande, enorme, incomparável, insubstituível.
- Hoje o negócio está esculhambado.
Tem gente se exibindo como jornalista e não sabe escrever um ditado, mesmo assim come do bom e do melhor nos restaurantes e quando recebe a conta, joga-a sobre a mesa do deputado, do vereador ou do prefeito que estiver mais perto para que ele pague.
- É uma vergonha ler certos textos que poluem a internet, gente totalmente desprovida de conhecimento da língua, assassina o português e estufa o peito como se importância tivesse.
Por isso ando afastado, trancado em casa, me aventuro quando muito a um cuscuz na feira com os companheiros de tempos idos.
- Não dá pra conviver, não tenho como aguentar.
E vou terminar aposentando a pena.

