• Por Vicente Nunes, de João Pessoa-PB
  • Crédito pela Reportagem e Texto-Base
  • O repórter viajou a convite da Feira Literária Internacional da Paraíba

João Azevêdo diz que o Brasil está dando exemplo ao mundo com a solidez de sua democracia.

  • “Ninguém tem o direito de atentar contra a democracia”, afirma o governador da Paraíba.

A calmaria institucional no Brasil depois da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro e de vários militares de alta patente é, na avaliação do governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB), um sinal claro da estabilidade democrática do país.

  • Segundo ele, ao longo de todo o julgamento realizado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado, houve muitas declarações de que o Brasil poderia mergulhar em uma crise institucional caso Bolsonaro e os militares fossem detidos.

“Mas nada aconteceu, e o país segue normalmente a sua rotina, uma evidente demonstração da maturidade da nossa democracia”, diz ele ao PÚBLICO Brasil.

  • Para o governador, não há dúvidas de que, com tudo o que aconteceu, com o 8 de janeiro de 2023, quando um grupo extremista de direita invadiu a sede dos Três Poderes em Brasília, a população entendeu, nitidamente, o recado de que “ninguém tem o direito de atentar contra a democracia e contra a liberdade”.

Ele enfatiza:

  • “O Supremo fez o seu papel de forma muito responsável. E deu exemplo não apenas para o Brasil, mais ao mundo todo, pois mostrou que o país vive um momento de muita estabilidade, com as instituições funcionando plenamente”.

Azevêdo acredita que, com Bolsonaro e os militares golpistas detidos, o momento, agora, é de o extremismo, seja se direita, seja de esquerda, ser deixado de lado, pois “não leva a absolutamente nada”.

A hora, frisa ele, é de se virar a página.

  • “O Brasil precisa de uma reconstrução muito forte, porque existem muitos problemas que deixaram de ser discutidos dentro do Congresso e que precisavam estar na pauta de deputados e senadores”.

“Todos sabemos que o país ainda tem deficiências gravíssimas, que deixaram de ser discutidas em função de uma polarização que, espero, termine.”

  • Na visão do governador, o Congresso deve se dedicar a atender os pleitos da população, e não aos seus interesses próprios.

Esta semana, deputados e senadores derrubaram 56 dos 63 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Lei Geral de Licenciamento Ambiental, facilitando, assim, o desmatamento da Mata Atlântica e reduzindo as exigências para empreendimentos considerados de médio porte.

  • Isso acontece, poucos dias depois do fim da COP30, que foi realizada em Belém do Pará.

“Temos de voltar o olhar do Congresso para o povo, para aquilo que verdadeiramente é importante para fazer com que o país, com todas as riquezas que tem, seja mais justo com seus filhos. Espero que, realmente, o Congresso reencontre esse caminho”, afirma Azevêdo.

Xenofobia contra o Nordeste

  • O governador, que abriu, na noite desta quinta-feira passada (dia 27/11), a Feira Literária Internacional da Paraíba (FliParaíba), acredita que a cultura terá papel importante no processo de pacificação do Brasil.

E chamou a atenção para a importância de se reduzir as desigualdades sociais do país, que alimentam discursos carregados de xenofobia de cidadãos de regiões mais ricas, inclusive políticos, contra aqueles oriundos, principalmente, do Nordeste.

  • “Eu sempre digo que o processo de desenvolvimento do Brasil priorizou os investimentos no Sul e no Sudeste, gerando distorções nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, que só recentemente, em função do agronegócio, tem mudado de patamar”.

“Mas quero ressaltar a força do Nordeste, que está sendo um dos motores do crescimento atual do Brasil — a taxa de desemprego do país, de 5,4%, está no menor nível da história —, com avanço acima da média nacional”, assinala o líder paraibano.

  • Para Azevêdo, não se pode admitir que cidadãos, muito menos líderes políticos, façam comentários xenofóbicos contra o Nordeste.

“Isso é inaceitável. Alguns, talvez, o façam por ignorância, outros, por má fé”, diz.

  • Ele comenta que esse movimento discriminatório só será vencido por meio da educação e da informação.

“Tenho certeza de que isso é um processo. De novo, o Nordeste hoje se impõe como uma região que puxa o desenvolvimento do Brasil. Isso é real? Os números estão aí para mostrar”, complementa.

  • O político ressalta que o Estado que ele governa, a Paraíba, tem dado sua contribuição no sentido de reduzir as desigualdades sociais investindo, sobretudo, em inovação.

“Vamos implantar no Estado, a partir de janeiro, em parceria com os chineses, o primeiro centro internacional de computação quântica. Será o primeiro do Brasil e da América do Sul”.

  • “Hoje, apenas 10 países do mundo têm computador quântico, que está em fase de pesquisa e é capaz de processar informações a uma velocidade gigante”, explica.

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