
Essa mudança acompanha também uma transformação no perfil do turista que o Estado passa a disputar.
- “Vamos começar a receber um turista de maior poder aquisitivo e competir com outros Estados do Nordeste por esse visitante”.
“E turista qualificado exige serviço qualificado. O grande desafio dos próximos anos é a formação de mão de obra para o turismo”, ressaltou.

- Para o presidente da CINEP, Rômulo Polari, o perfil do Polo Turístico foi uma escolha estratégica do governo estadual.
“A gente poderia ter escolhido um modelo mais voltado para balada noturna, como acontece em outros destinos. Mas não foi essa a nossa opção. Todos os equipamentos do Polo são pensados para o turismo familiar”, afirmou.
- Ele cita como exemplos os parques aquáticos e temáticos, roda-gigante, parques secos e atrações voltadas para crianças.

“O maior equipamento do Polo concentra praticamente metade dos leitos e é 100% voltado para o público infantil. A ideia foi minimizar riscos e definir com clareza que tipo de turismo queremos atrair”, explicou.
Turismo, urbanismo e mercado imobiliário convergem
Localizado entre o mar do litoral sul e áreas de Mata Atlântica preservada, o Polo é abraçado pelo Parque das Trilhas, a maior reserva de mata atlântica nativa inserida na malha urbana do Brasil.

- Essa configuração territorial fortalece o conceito de turismo sustentável e urbanismo planejado, dialogando diretamente com o perfil de cidade buscado por turistas e novos moradores no pós-pandemia.
Impacto no mercado imobiliário
- Na avaliação do presidente do IRPB, Alisson Holanda, esse movimento tem reflexos claros sobre o mercado imobiliário do eixo Altiplano – Portal do Sol.

“Além de consumir mais, turista de maior renda volta, recomenda, investe e, em muitos casos, passa a considerar a cidade como destino residencial”.
- “Existe um histórico robusto de conversão do turismo qualificado em demanda imobiliária”, afirma.
Nesse contexto, a verticalização planejada ganha protagonismo como instrumento de uso eficiente do solo, concentrando população em áreas já urbanizadas, reduzindo o espraiamento da cidade e preservando áreas ambientais mais sensíveis — uma lógica que conecta crescimento econômico, sustentabilidade e racionalidade urbana.

- Esse movimento já é percebido no eixo Altiplano – Portal do Sol, que concentra lançamentos de padrão médio-alto e alto, além de novos serviços voltados a esse público.
Esse fluxo, segundo o presidente da CINEP, tende a se intensificar com a operação plena do Polo, que deve atrair entre um e dois milhões de visitantes adicionais ao longo dos próximos anos.
- “Com esse equipamento, muita gente vai passar por João Pessoa, conhecer a cidade, e uma parcela muito maior do que a gente tem hoje tende a querer morar aqui, sobretudo naquele vetor de desenvolvimento”, afirmou.

O presidente da CINEP também chama a atenção para o papel do Polo na revalorização do litoral sul da capital, historicamente menos explorado do ponto de vista econômico.
- Segundo ele, durante muito tempo, o foco ficou concentrado em Cabo Branco, Tambaú e nas praias do litoral norte.
A região sul acabou ficando meio esquecida.

- Com o Polo Turístico Cabo Branco, esse cenário muda completamente:
- Praia do Sol,
- Seixas,
- Penha,
- Mangabeira,
- Conde,
- Carapibus.
- Todo esse entorno passa a se desenvolver junto.

Na leitura de Polari, esse desenvolvimento ocorre tanto pelo lado do turismo quanto pelo mercado imobiliário.
- “Estamos falando de equipamentos imobiliários mais sofisticados, voltados para um público mais exigente, mas também de oportunidades para quem vai trabalhar ali e quer morar perto. Isso gera emprego, renda e reorganiza a cidade”, pontuou.
Altiplano e Portal do Sol: onde o turismo encontra o mercado imobiliário

- A pesquisa realizada pelo Instituto Ranking PB em parceria com o Grupo Prospecta revela que a chamada zona 2 — formada por Altiplano, Cabo Branco e Portal do Sol — reúne 15.250 domicílios, com renda média familiar mensal de R$ 24.396.
No conjunto, a região concentra uma massa de renda bruta mensal superior a R$ 372 milhões.
- Dentro desse universo, os estratos A, AA e AAA somam 3.663 domicílios, responsáveis por mais de R$ 221 milhões mensais em renda, o que evidencia o peso do alto padrão na dinâmica econômica do eixo.

Para Alisson Holanda, o Polo atua como catalisador de uma dinâmica que já estava em curso.
- “O eixo Altiplano – Portal do Sol já vinha se comprovando como área de alta renda e qualificação urbana”.
“O Polo acelera esse processo, amplia a visibilidade nacional da cidade e cria um ambiente muito mais favorável à atração de investimentos imobiliários estruturados”, afirma.

- Além da demanda residencial, cresce a procura por imóveis voltados a serviços, escritórios, clínicas, educação, comércio especializado e moradia para profissionais que atuarão direta ou indiretamente no complexo turístico.
Verticalização, solo urbano, racionalidade ambiental e efeito em cadeia
- Um ponto sensível do debate público diz respeito à ocupação do território.

Alisson Holanda reforça que o avanço imobiliário no Altiplano e no Portal do Sol não ocorre sobre áreas de mata nativa, mas sobre lotes já antropizados, legalizados e com zoneamento definido.
- Segundo ele, as áreas aptas à verticalização — muitas vezes chamadas de “áreas vermelhas” nos estudos urbanos — já estão delimitadas no planejamento da cidade.
“A verticalização, quando bem planejada, não é inimiga do meio ambiente”.

- “Ao contrário: concentrar mais pessoas em menos território reduz a pressão sobre áreas verdes sensíveis, evita o espalhamento urbano e preserva mais solo ambiental fora dos eixos já consolidados”, analisa.
Na visão do presidente do IRPB, o que ocorre hoje no Altiplano e no Portal do Sol representa um avanço do urbanismo moderno, com uso mais eficiente do solo, maior racionalidade ambiental e melhor relação entre infraestrutura, densidade e serviços.
Um projeto econômico de longo prazo

Para Alisson Holanda, o principal mérito do Polo Turístico Cabo Branco está na sua visão de longo prazo.
- “Não se trata de um projeto pontual, mas de um ecossistema econômico”.
“Turismo, mercado imobiliário, construção civil, serviços e infraestrutura caminham juntos”.

- “O desafio agora é garantir que esse crescimento seja coordenado, sustentável e integrado à cidade”, conclui.
A expectativa é que o complexo também viabilize novos voos nacionais e internacionais, ampliando a conectividade da Paraíba e confirmando o Estado como destino competitivo no Nordeste.
- “O Polo funciona como uma âncora. Ele atrai turistas, investimentos e serviços, mas espalha desenvolvimento para o entorno”.

“Isso vale tanto para o turismo quanto para o mercado imobiliário, que passa a enxergar novas oportunidades em áreas antes pouco exploradas”, afirma Polari.
- Com investimentos robustos, geração expressiva de empregos e efeitos diretos sobre a renda e o território, o Polo se torna um dos projetos mais transformadores da história recente da Paraíba — e coloca o eixo Altiplano – Portal do Sol no centro da nova geografia econômica e urbana de João Pessoa.

