A Câmara Municipal de Santa Luzia aprovou por unanimidade em primeiro turno, na sessão ordinária da noite desta terça-feira (dia 17), o projeto de Lei nº 64/2022, que institui o “Dia Municipal do Cinema” no calendário oficial da cidade, a ser comemorado anualmente em 24 de agosto, data de aniversário do cineasta Linduarte Noronha, já falecido, autor do curta-metragem Aruanda. A matéria é de autoria do vereador Flávio Marinho (MDB).

“O Dia Municipal do Cinema foi escolhido em homenagem ao jornalista, professor, cineasta e crítico de cinema, Linduarte Noronha, que projetou Santa Luzia para o mundo, através do Quilombo do Talhado, por meio do Filme Aruanda, ainda na década de 1960. Então, nada mais justo do que prestarmos essa homenagem a esse grande cineasta, um dos precursores do movimento Cinema Novo”, frisou Flávio Marinho.

O parlamentar ainda elencou a importância do “Dia Municipal do Cinema” para difusão de atividades culturais, voltadas para o cinema e produção de conteúdos audiovisuais, por meio da participação de universidades, escolas e sociedade civil organizada.

A importância da matéria foi referendada pelo vereador Petrônio Rocha (UB), líder da oposição, e pelos demais parlamentares.

SOBRE O CINEASTA LINDUARTE NORONHA

O homenageado pelo “Dia Municipal do Cinema”, Linduarte Noronha, foi um jornalista, cineasta e professor de cinema pernambucano, nascido em Ferreiro-PE e radicado na Paraíba.

Formado em Direito pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) em 1958, trabalhou como crítico profissional de cinema e jornalista, recebendo alguns prêmios por reportagens em revistas importantes no Brasil e no exterior.

Durante a década de 1950, Noronha envolveu-se com atividades cineclubistas com grandes nomes do cinema nacional.

Tutelado por Humberto Mauro, começou a trabalhar em “Aruanda”, seu primeiro projeto cinematográfico, contando também com a colaboração do cinegrafista Rucker Vieira.

Lançado em 1960, “Aruanda” obteve repercussão imediata para o cinema brasileiro, sendo considerado um dos precursores do movimento Cinema Novo, cuja expressão máxima foi Glauber Rocha (Diretor de “Terra em Transe”, “Deus e o Diabo da Terra do Sol”, “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”, etc).

SINOPSE SOBRE A IMPORTÂNCIA DE “ARUANDA”

O curta-metragem Aruanda (1960), dirigido por Linduarte Noronha, tornou-se um marco para a história do cinema brasileiro, sendo considerado por muitos críticos da época, como Glauber Rocha, uma síntese do Cinema Novo.

A história narra o cotidiano de um quilombo formado em meados do século XIX, por escravos libertos no Sertão da Paraíba, especificamente, na Serra do Talhado, na zona rural do município de Santa Luzia.

O filme mostra uma pequena população, isolada das instituições do país, presa a um ciclo econômico trágico e sem perspectivas, variando do plantio de algodão à fabricação da cerâmica primitiva.

Aruanda contou com a fotografia de Rucker Vieira, predominando a imagem da aridez, construída com excelência pelo fotógrafo, e as mazelas da denominada estética da fome, que assume naquele momento um lugar de destaque no cinema nacional.

VEJA ABAIXO A VERSÃO RESMATERIZADA DO FILME CLÁSSICO DE LINDUARTE NORONHA:

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