Em 1964, Eduardo Coutinho iniciou as filmagens do documentário “Cabra Marcado para Morrer”, que contaria a história de João Pedro Teixeira, no entanto, as filmagens foram interrompidas pelo golpe militar. O documentário somente seria finalizado e lançado em 1984.

Eduardo Coutinho tinha ido ao Nordeste fazer uma filmagem sobre o povo do interior, com universitáios da União Nacional dos Estudantes (UNE), e mudou o projeto de seu filme quando soube do assassinato. As filmagens foram feitas no Engenho da Galiléia, em Vitória de Santo Antão, Pernambuco.

Nascida no dia 13 de fevereiro de 1925, no município de Sapé, Elizabeth Teixeira é símbolo de resistência. Aos 16 anos, ela fugiu de casa para viver com João Pedro.

Quando estava grávida de seu segundo filho, Elizabeth foi morar em Recife-PE. João Pedro ajudou na fundação do Sindicato dos Trabalhadores da Construção, em Pernambuco. Fugiram para o Rio de Janeiro e depois voltaram, até o Golpe de 64.

Ela não foi capturada pelo Exército ou pela Polícia, porque estava em Galiléia, zona rural da cidade de Vitória de Santo Antão, localizada a 58 km de Recife. Veio para João Pessoa e acabou sendo presa. Passou três meses e 24 dias na cadeia do Grupamento de Engenharia.

Teve que passar para a clandestinidade, adotando o nome de Marta Maria Costa e fugindo para São Rafael (interior do Rio Grande do Norte), com o filho Carlos, onde viveu por 17 anos.

Elizabeth trabalhou lavando roupas, mas depois ela começou a dar aula de alfabetização para crianças em troca de alimentação.

Em 1981, aconteceu o encontro com o cineasta Eduardo Coutinho. Ela abandonou a vida clandestina, assumiu seu verdadeiro nome e voltou para João Pessoa, onde vive até os dias atuais, aos 97 anos de idade e saúde muito frágil.

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