Patrícia Furtado Mendes Machado é pesquisadora iconográfica/filmográfica, de roteiro e de personagens (já trabalhou para filmes, séries e programas de TV).

Ela é Professora de Cinema da UFRJ e está fazendo uma pesquisa na Paraíba e em Pernambuco, sobre o filme realizado em Sapé entre 1964 e 1984, pelo falecido Eduardo Coutinho.

“Imagens que faltam, imagens que restam: a tortura em Cabra Marcado para Morrer”. Significação: Revista de Cultura Audiovisual, 2015, RJ. Este é um dos títulos dela, que resultou numa Tese de Doutorado.

“Tomada em Sapé: os arquivos visuais de Cabra Marcado para Morrer”. Artigo que faz parte do e-book “Ditaduras Revisitadas”, organizado por Eduardo Morettin e por Marcos Napolitano e publicado pela editora Intermeios. Consta das páginas 688 – 710 (22 páginas sobre Sapé, de um total de 830 no livro todo, divididas para 32 autores) – Copyright: Academia, ©2022, SP.

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TUDO QUE FOI ENCONTRADO ATÉ AGORA NOS ARQUIVOS PERDIDOS

Entre os documentos disponibilizados pelo Projeto “Brasil: Nunca Mais”, encontramos sobre o “Nêgo Fuba” (João Alfredo Dias) a cópia de um dos IPMs (Inquéritos Policiais Militares das Forças Armadas) citados pela Comissão da Verdade, o de número 709.

Trata-se de um relatório secreto, o segundo nível mais importante de sigilo no código dos militares, enviado no dia 7 de agosto de 1964 pelo General Comandante do 1˚ Grupamento de Engenharia responsável pela Guarnição de João Pessoa para o Ministério da Guerra.

Nele, há uma longa e minuciosa descrição das investigações em torno do funcionamento de entidades de esquerda na Paraíba, como o Partido Comunista e as Ligas Camponesas, e em 1995, o nome do sapateiro, lavrador, vereador do Partido Comunista Brasileiro (PCB) eleito para cumprir mandato popular na Câmara Municipal de Sapé e líder rural, foi incluído na lista dos 136 mortos e desaparecidos por razões políticas entre 1961 e 1979, cujas mortes foram reconhecidas oficialmente como responsabilidade do Estado brasileiro.

A Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), criada desde então, deu prosseguimento às investigações com o intuito de incluir novos nomes, ouvir testemunhos de familiares, reunir documentos, localizar corpos e emitir pareceres sobre os processos de indenização determinados pela Lei 9.140. Outros 226 casos foram reconhecidos desde então e, atualmente, 362 nomes constam nessa lista.

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