O presidente da Associação Brasileira de Telesserviços (ABT), fundador e um dos acionistas da empresa AeC, Antônio Guilherme Noronha, esteve na sexta-feira da semana passada, dia 28, na Assembleia Legislativa da Paraíba, em João Pessoa, onde participou do debate promovido pelo deputado estadual Eduardo Carneiro (Solidariedade-PB) sobre a reforma tributária em curso no Brasil.

A audiência contou com a presença do deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), relator do Grupo de Trabalho que enviará o projeto da reforma tributária para o Congresso Nacional, no próximo dia 16 de maio.

Durante o encontro, as duas Propostas de Emendas Constitucionais – PEC 45 e PEC 110, foram analisadas à luz da perspectiva do setor produtivo e frente aos impactos que poderão impor a alguns setores específicos, como o segmento de serviços, hoje o maior gerador de empregos formais em todo o país.

Lideranças da esfera de serviços, incluída na chamada cadeia curta de produção, têm manifestado preocupação com o projeto atual para a Reforma pois, se mantido, indica um aumento muito expressivo na carga tributária do setor, cerca de 200% com a proposta estimada de alíquota de 25% para o novo imposto, ainda sem nome ou sigla, mas que substituiria PIS, Cofins e IPI, esse último, para a indústria.

Em sua fala, Antônio Guilherme Noronha, lembrou que representa uma entidade que soma 1,4 milhão de trabalhadores e apresentou alguns números e informações sobre o setor de serviços de fato preocupantes e que mostram a necessidade de uma análise diferenciada.

Segundo ele, se considerarmos a representatividade setor de serviços, responsável pelo maior contingente de trabalhadores formais no Brasil, cerca de 68% ou 55 milhões de pessoas, a discussão deve, inclusive, considerar a questão da empregabilidade, ou seja, quais impactos a proposta da Reforma Tributária terá na manutenção e geração de empregos.

Antônio Guilherme destacou que o setor tem o maior contingente de mulheres trabalhadoras, negros e ainda oferece oportunidades para a população de baixa renda.

Jogando uma lupa no mercado de atuação dos associados da ABT, teleatendimento ao cliente ou call centers, Antônio Guilherme explicou que os reflexos da Reforma Tributária, como está sendo inicialmente proposta, pode ser ainda mais pesado, não só pelo volume de vagas que gera, mas pela importância econômica e social regional, lembrando que em 50% dos municípios com população superior a 200 mil habitantes, o setor de serviços é quem mais absorve jovens no primeiro emprego, o que tem uma importância social muito grande.

Ele lembrou também que o setor promove a inclusão e qualificação de pessoas com maior vulnerabilidade social, provocando, por exemplo, vontade de crescer por meio de estudos e do próprio ambiente estruturado com gestão profissional de pessoas, lideranças preparadas e tecnologias avançadas.

“Como empresário e representante da ABT, quero dizer que apoiamos a Reforma, entendendo que será essencial para o crescimento, novas oportunidades e maior competitividade das empresas brasileiras, até mesmo internacionalmente, e, além disso, mais transparência para os cidadãos. Quero salientar que no setor de call center, 70% dos custos são com a folha de pagamento, recursos que ficam na economia local, gerando renda e tributos para os municípios”, disse Antônio Guilherme.

Leave a comment