A desconstrução do 13 de Maio é a pauta do I Encontro de Lideranças Negras, iniciado a partir desta sexta-feira, dia 26, no Centro de Atividades e Lazer “Padre Juarez Benicio”, em Gramame.

O evento com duração de três dias se encerra neste domingo (dia 28), com o relançamento do Observatório Paraibano Antirracismo – OPA.

A coordenadora Executiva da Marcha da Negritude Unificada/PB, Marli Soares, explica que as relações raciais no contexto brasileiro são marcadas por profundas desigualdades.

Segundo Marli, a poetiza Luciene Nascimento escreveu que: “A sociedade é construção e o racismo é o cimento, componente estrutural, formador fundamental do interior e do acabamento”.

“No entanto, o 13 de maio está inacabado, por que ainda não usufruímos de condições dignas de existência. Repensar e ressignificar essa data se faz necessário para desconstruir a história mal contada que apagou o protagonismo de nosso povo, que tencionou por meio da luta o processo de ruptura com o sistema escravocrata”, diz Marli.

  • O Encontro tem como tema “Desconstruindo o 13 de maio: Novos cenários, velhos desafios”.

Ela explica que o momento é para que “retomemos o protagonismo dessa história que sempre nos pertenceu, mas também para relançar o OPA, espaço de denúncia, inquietação e anseio por uma sociedade mais justas, que nos mata por ação e por omissão e compromete as nossas existências. Não só hoje, mas ao longo da história. Tudo isso se dá por um tipo de abolição inconclusa.

Segundo a jornalista Mana Sousa, Marli lembra que a história do povo negro no Brasil, não começou ontem e nem a luta por liberdade e direitos.

“Nossa luta não começou ontem, não começa hoje. Nossos ancestrais um dia ousaram sonhar com a liberdade, e nós somos frutos desses sonhos. Somos frutos de uma gente que sobreviveu ao horror com altivez, de uma gente que sonhou com um futuro diferente. Somos frutos de teóricos e militantes como Abdias Nascimento, Lélia Gonzáles, Guerreiro Ramos, que há muito tempo denunciam a farsa da abolição”.

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