O corpo do ex-deputado e ex-promotor de Justiça Agassiz Almeida, que morreu na noite deste domingo (dia 21), aos 88 anos, em sua residência, em João Pessoa, foi velado durante todo o dia desta segunda-feira (22) no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB).

  • Agentes públicos de todos os níveis, parlamentares, empresários, parentes, amigos e a população em geral deram um último adeus ao político paraibano, que foi uma das primeiras vítimas da Ditadura Militar e escreveu o seu nome na Constituinte de 1988.

Por volta das 15h00, o corpo seguiu em cortejo para ser enterrado no Cemitério Parque das Acácias, no bairro do José Américo, na capital paraibana.

  • Em Nota Oficial, o presidente da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), Adriano Galdino, em nome de todos os parlamentares e servidores da “Casa de Epitácio Pessoa”, lamentou o falecimento do ex-deputado, afirmando que Agassiz Almeida “foi um notável defensor dos valores democráticos no Congresso Nacional”.

Ao longo do dia, diversas autoridades, parentes e amigos de Agassiz deram depoimentos sobre a sua vida pública e pessoal.

  • O deputado federal Murilo Galdino ressaltou que Agassiz Almeida tem uma história política belíssima pela Paraíba e pelo Brasil.

Murilo lembra que Agassiz é pai da sua primeira esposa, com quem teve dois filhos.

“Meus filhos vão levar uma história de vida, uma referência do avô, tenho certeza, para a vida inteira”, disse.

  • O deputado estadual João Gonçalves declarou que Agassiz Almeida deixa um conteúdo histórico na biografia da política paraibana, das lides trabalhistas, das lides estudantis, na luta pela democracia.

“É uma pena que hoje não se fazem mais políticos como antigamente e Agassiz deixa uma a biografia para aqueles que estão começando a entender de política, para acompanharem um pouco de tudo aquilo que ele enfrentou, com coragem e determinação”, acrescentou.

  • Gardênia Cirne de Almeida, filha da Agassiz, disse que é um momento de muito pesar e bastante difícil para a família.

Gardênia destacou os conselhos profissionais que recebeu do pai para estudar, se formar em Direito, e estar ocupando hoje um cargo de promotora de Justiça no Ministério Público.

O filho do ex-deputado, Agassiz Almeida Filho, destacou o legado do pai para a democracia brasileira.

  • “A dor que a família sente é a dor que todas as famílias sentem. É um pai, um avô, um marido que vai embora, mas o que importa, além da família, é que Agassiz Almeida deixa um legado para Paraíba e para o Brasil. Sempre foi uma figura que acreditou na democracia, sempre lutou contra as injustiças sociais”, finalizou.

Conversar com Agassiz Almeida, de acordo com o seu cunhado Laércio Cirne, era viver ou reviver a história.

  • PERFIL DE AGASSIZ ALMEIDA

Agassiz Almeida nasceu em Campina Grande, no dia 25 de setembro de 1935.

  • Formado em Direito, teve seu primeiro mandato na década de 1950, como vereador na Rainha da Borborema.

Em 1962 elegeu-se deputado estadual.

  • Com o golpe militar de 1964, teve o seu mandato de deputado estadual cassado e foi demitido das funções de Promotor de Justiça e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Em 1966, a Ordem dos Advogado do Brasil, Seccional Paraíba (OAB-PB), negou a sua inscrição para o exercício da advocacia.

  • À época, ele deixou a Paraíba e passou a residir na Bahia e, posteriormente, no Paraná.

Em 1968, a convite de Ulysses Guimarães participou da fundação do MDB (Movimento Democrático Brasileiro).

  • Em 1979, com a lei de anistia, volta a Paraíba e retorna às suas funções.

Foi Suplente de Deputado Federal na legislatura de 1979/1983, onde chegou a assumir a titularidade do cargo e exerceu o mandato de 1980 a 1981.

  • Em 1986 foi eleito Deputado Federal, sendo um dos 12 deputados e três senadores paraibanos que participaram da Assembleia Nacional Constituinte, que culminou com a elaboração da Constituição Federal de 1988.

Em 1990, deixou a política e passou a dedicar-se à literatura.

Algumas de suas obras mais conhecidas são “O fenômeno humano” e “A ditadura dos generais” (2007).

  • Em 2017 foi criado um memorial em sua homenagem, no prédio da antiga Faculdade de Direito da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), em João Pessoa.

 

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